Após a queda do Estado Keynesiano, causada pela influência neoliberal, as mãos do Estado nos mecanismos de bem comum foram praticamente extintos. Mesmo nunca presenciado o Estado de Bem Estar social, o Brasil também demonstrou uma independência da obrigatoriedade de prover a qualidade de vida do cidadão. Tal fator interfere diretamente nos âmbitos social e educacional de um indivíduo além de intensificar o processo de segregação social.
A sociedade brasileira vive na situação inconstitucional onde os direitos social e civil são delimitados puramente pela situação financeira. Direitos à saúde, educação, segurança pública, moradia não fazem parte do dia a dia da população. A sensação de não obrigatoriedade do poder público em conjunto ao desconhecimento da população constroem uma realidade onde a qualidade de vida é mérito exclusivo do cidadão e deve ser adquirido financeiramente pelo mesmo.
No âmbito educacional, o descaso das esferas públicas na melhoria do ensino básico torna-se fator motriz da exclusão. Um ensino público de péssima qualidade se torna fundamental para o distanciamento de indivíduos de classes econômicas diferentes. Além disso, essa realidade colabora para a formação de um indivíduo despreparado e inculto tanto para introdução no mercado de trabalho como para continuidade nos estudos e portanto perpetuando a divisão educacional no Brasil.
Por outro lado, existe também a falsa sensação ,por meio de cidadãos de classes baixas, de pertencimento a classes economicamente superiores. Todos os dias milhões de mercadorias pirateadas são consumidas na expectativa de trazer um fragmento de um mundo inalcançável à uma pessoa menos favorecida. Construindo assim uma falsa identidade e contribuindo pela construção intrínseca da desigualdade.
Para contornar tal situação de exclusão aos meios bem comum e garantir isonomia à todos são necessárias algumas medidas. Cumprimento, por meio do Estado, de medidas constitucionais. Trazer à população saúde e educação de qualidade são fatores primordiais para extinguir a desigualdade social. Também por é necessário garantir o livre acesso à cultura. Museus, Teatro, Cinema à toda a população por iniciativas governamentais em parceria de empresas privadas para que assim possa se consolidar um cidadão com identidade própria e qualidade de vida.