Título da redação:

Dois mundos em um país

Tema de redação: A “Camarotização” da sociedade brasileira: a segregação das classes sociais e a democracia

Redação enviada em 09/02/2015

O jovem Brasil cresceu coma marcada diferença social causada pelas oligarquias escravocratas. Contudo, o pobre assalariado encontrava ocasionalmente, em suas horas de lazer, o barão. A segregação evidente foi oficializada com a chegada da corte portuguesa, que criou para uso restrito de nobres e convidados, como grande teatros. O processo de "camarotização" perdura hoje e ameaça a democracia quando cria estigmas sociais. O regime marcado pelo poder do povo é ferido por um paradoxo. Como lutar pelo bem comum se a segregação social é pregada a todo custo? O desprezo da elite por servições e espaços públicos faz com que a luta de uma nação por melhores condições de vida com intermédio governamental torne-se a luta dos menos abastados. A falta de pertença a uma democracia inviabiliza o processo de melhoramento na distribuição de renda. O antagonismo criado pela luta entre as classes faz com que o governo seja classificado como "para ricos" ou "para pobres" e não "para o povo". Tal sentimento de superioridade vinculado ao status tenta justificar o preconceito com cidadães de baixa renda. A ilusão de exclusividade, gerada pela camarotização, é exacerbada pelo consumismo. A ostentação de bens de luxo impõe a ideia de comprar para existir. O estilo musical funk ostentação, originário das favelas do sudeste brasileiro, explícita esse anseio. Automóveis, roupas de grife e bebidas caras são o objetivo de vida de muitos consumidores das canções. Diante da irrefreável busca por um diferencial oriundo do dinheiro a democracia é ameaçada e o consumo é superestimado. A segregação dos estratos sociais cria dois mundos, a falta de convívio leva à falta de compreensão e apreço. A solução é a reintegração social. As cotas para estudantes de baixa renda em universidades é um exemplo. Entretanto, é preciso tratar a raiz do problema. A educação em casa deve formar o cidadão ciente do mundo real com suas diferenças e criar a consciência social e respeito. A escola deve cultuar essas virtudes e trabalhar a inclusão, juntamente com o governo encarregado de melhorias em espaços e serviços públicos. Atitudes que visam uma democracia plena, fortalecida pela união e igualdade.