Título da redação:

Democracia no século XXI: Ballantine’s ou Ypióca?

Tema de redação: A “Camarotização” da sociedade brasileira: a segregação das classes sociais e a democracia

Redação enviada em 19/07/2016

Ter o prazer de um camarote não é privilégio apenas do Wesley Safadão. Desde o estabelecimento das primeiras classes sociais, na Idade Antiga, já era evidente a disparidade social, a busca pela ascensão e o sentimento de humilhação dos menos favorecidos. Contudo, o que cronologicamente parece ser arcaico, ainda é deveras real no contexto contemporâneo. Neste âmbito, insere-se a democracia, que associa exímia teoria com ineficiência prática, seja pela utópica isonomia corrente, seja pela negação ao próprio sistema. Quando a presente Constituição Federal – documento máximo que garante os princípios básicos para a sobrevivência de um cidadão – foi criada, em 1988, um desses dogmas era garantir a isonomia, seja ela qual fosse. Com a instauração da democracia no país, a partir de 1990, verificou-se a acentuação das disputas de classes, conforme outrora previstas pelo pensador alemão Karl Marx. Como este direito nunca foi respeitado, embora seja meta regimental, o grande acumulador de derrotas morais, paradoxalmente, torna-se aquele que elege seus “empregados”: o povo. Garantir a solidez de um sistema de governo, diz-se, é uma tarefa árdua, que demanda seriedade e compromisso. Considerando que fundamentos morais nunca perfizeram a essência dos governantes, na maioria dos países, estabelecer uma relação de proporcionalidade inversa é fácil. Dessa forma, as elites sociais sempre dominam e o reles proletariado é negligenciado a cada geração, configurando uma costura conveniente, porém sórdida, de como negar uma democracia, pautada por filósofos gregos como a égide do “de X, para X”, ou seja, “do povo, para o povo”. A necessidade de reforma político-constitucional é uma realidade, com urgência. É fundamental que haja manejos regimentais para retificar preceitos sérios, sem a traquinagem de estabelecer emendas infinitas ao bel-prazer dos dominadores, assim como fomentar com precisão os conceitos éticos e morais dentro do ambiente escolar, sobretudo, por ser co-autor da construção crítica da moral de um indivíduo. Desta forma, assistir ao espetáculo no qual os personagens também são autores de seu próprio roteiro, será um benefício assegurado por lei, e não somente para aqueles que ganham os ingressos mais caros.