Título da redação:

Brasil, um país para VIP's

Tema de redação: A “Camarotização” da sociedade brasileira: a segregação das classes sociais e a democracia

Redação enviada em 31/03/2015

Desde os primeiros processos de estratificação social a separação de locais para determinadas classes ou indivíduos é comum. No entanto, com a adoção de regimes democráticos e principalmente na era do bem estar social essa distinção foi diminuída. Infelizmente, na atualidade observa-se novamente a segregação, regida principalmente pela questão monetária, sendo intitulada de camarotização social. Essa prática gera malefícios e por isso medidas que visem eliminá-la tornam-se urgentes. No Brasil, há um descaso escancarado com o que é público. Não só os políticos, mas os próprios beneficiados pelas instituições e recursos tendem a desvalorizá-los, simplesmente por não pagarem por eles diretamente. Assim, a falta de melhorias e conservação governamental somado ao vandalismo, fazem o público ser sinônimo de ruim. Isso faz com que apenas aqueles que não podem pagar por um serviço privado e, consequentemente, melhor sofram em filas de hospitais, transportes precários e sistema educacional insatisfatório. Já a minoria privilegiada afasta-se do público e por conseguinte da maior parte da população, o que promove a visão de que ricos e pobres são de mundos diferentes e que os primeiros são melhores que os segundos. Assim, surgem cada vez mais áreas VIP’s, assentos diferenciados em estádios e acirra-se guerra de classes. Essa diferenciação que chega perto de uma verdadeira segregação gera grandes perdas políticas e sociais aos brasileiros. Primeiro, pois a camarotização gera cada vez mais a desvalorização do público, o que reflete a piora progressiva desse setor, ferindo princípios democráticos como o acesso igualitário de recursos. Segundo, porque a falta de convivência entre diferentes classes priva a população de aprendizados, sincretismos culturais e sentimento de unidade patriótica. Aprender pela convivência a respeitar a heterogeneidade, é um ganho incomensurável para a cultura, a democracia e a cidadania. Assim, medidas governamentais somadas ao auxílio da sociedade podem atenuar ou extinguir o processo da camarotização. É imprescindível o investimento de verbas nos setores públicos para que não sejam mais a opção dos que não podem pagar. A conscientização da população sobre a importância do cuidado e conservação dos bens comuns é também urgente. Com essas medidas os ganhos sociais serão enormes permitindo novamente a unificação da população braseileira.