Título da redação:

A relevância do debate acerca do assédio sexual no Brasil

Tema de redação: A “Camarotização” da sociedade brasileira: a segregação das classes sociais e a democracia

Redação enviada em 09/04/2018

No filme “Helena de Troia”, um rei, como forma de agradar seus soldados, presenteia-os com uma prisioneira, a qual é destinada a satisfazer, contra sua vontade, os desejos sexuais dos conquistadores. Essa passagem fictícia retrata uma realidade vivenciada na Grécia Antiga e que ainda perdura nos dias atuais: os abusos e as violações à liberdade sexual das mulheres. No âmbito dessa discussão, fica evidente a relevância do debate acerca do assédio sexual no Brasil, bem como a busca por soluções para esse problema social com origens tão remotas. É importante destacar, como um dos fatores que contribui para o desrespeito às mulheres, a mentalidade machista ainda tão presente na sociedade contemporânea. Nesse sentido, uma reportagem especial da GloboNews exibiu depoimentos de indivíduos que não enxergam como ofensivas as cantadas e assovios comumente dirigidos ao sexo feminino. Essa visão é compartilhada por grande parte da população, o que explica os dados divulgados pela ONG Think Olga, segundo os quais mais de 90% das mulheres entrevistadas afirmaram já ter sofrido assédio. Destarte, é primordial modificar o modo de pensar das pessoas para solucionar o problema. Outrossim, os casos de assédio sexual, muito corriqueiros no cotidiano das mulheres brasileiras, são uma afronta aos direitos fundamentais expressos no artigo quinto da Constituição do País, dentre os quais estão a liberdade, a igualdade, a segurança e a vida. Seguindo essa lógica, o Estado deveria tomar medidas para coibir a prática. Todavia, não obstante exista legislação que criminaliza esse tipo de condutas, a fiscalização dos episódios, especialmente nos transportes públicos, onde ocorrem 35% dos casos (www.folha.uol.com.br), é deficiente, o que encoraja a continuação dos abusos. Em vista do que foi discutido, pode-se atribuir ao Ministério da Educação, em parceria com o Ministério dos Direitos Humanos, a tarefa de promover a inclusão do tema tratado na grade curricular das escolas brasileiras e abordá-lo por meio da interdisciplinaridade, a fim de moldar a mente dos alunos. Além disso, as pastas devem organizar campanhas de conscientização da população com a realização de palestras abertas ao público em escolas e universidades. Esses eventos, conduzidos por especialistas em violência contra a mulher, terão como principal objetivo a mudança de mentalidade da sociedade. Por fim, o poder público, por intermédio do Ministério dos Transportes, precisa destinar parte do orçamento desse órgão para a intensificação da fiscalização, que se dará mediante a instalação de câmera nos transportes públicos. Dessa forma, será possível identificar criminosos, além de coibir o assédio, um vez que se sentirão intimidados com a possibilidade de serem identificados.