Título da redação:

Humor antiético

Tema de redação: A “Camarotização” da sociedade brasileira: a segregação das classes sociais e a democracia

Redação enviada em 03/10/2017

“ O cortiço” fez grande sucesso e até hoje é lido com o gosto por aqueles que chegam voluntariamente às suas páginas. Apesar da distância de mais de um século que nos separa do mundo descrito por Aluísio de Azevedo, temos a impressão de que o Brasil , em alguns aspectos, continua sendo um imenso cortiço, cuja população sobrevive com dificuldades.Nesse sentido , pode-se discutir o seguinte desafio que colide com a sociedade hodiernamente: os limites do humor no século XXI. Desse modo , infere-se que ela pode ser tratada de duas maneiras: pela ótica da liberdade de expressão e pela ofensa. A princípio , destaca-se à mídia e o seu papel de entretenimento. Em razão disso , nos últimos anos vem crescendo bastante os programas voltados ao público que só assistem televisão com o único intuito: se divertir. Nesse contexto, nasce o humor ácido e corrosivo como do programa “Pânico na Band” , que chama atenção por caracterizar de maneira pejorativa o grupo social minoritário como negros, obesos ,entre outros. A título de ilustração , em um dos episódios, trouxe à cena o uso inapropriado do “Black Face” , usada em peças teatrais no século XIX nos EUA ,atores brancos se pintavam com carvão e ficavam negros e faziam piadas , hoje ela é uma prática proibida , por razões óbvias , usada apenas de forma de crítica social ou sátiras, diferente do que foi tratado no programa pânico que utilizaram um personagem pintado de negro apenas para fins cômicos. Em suma , como na constituição de 1988 , todo indivíduo tem liberdade de expressão , desde que não passe os limites éticos e morais. Outrossim , há de se considerar também a construção do estereótipo dos grupos da minoria social, desenvolvida em função do humor. Diante disso , loiras , negras, gordos , terão suas características usadas para serem zombados e virarem piada no corpo social. Frente a isso , o programa humorístico que era exibido na emissora Globo , “Zorra Total”, tinha uma personagem chamada “Valéria” , muito conhecida pela seguinte fala- ai como estou bandida! - , com suas particularidades como cabelo crespo , roupas exageradas e com vários erros gramaticais , pode- se dizer que para alguns indivíduos essa é a verdadeira comédia e tudo isso apenas para arrancar risos de uma pequena esfera social. Em síntese , é notório que medidas são necessárias para resolver esse impasse. Fica nítido , portanto , que o humor não pode ser algo ofensivo e sim um sentimento de alegria para todos os cidadãos. Nesse caso , é exequível ao Poder Público , investigar e punir atos de preconceitos no campo midiático , por meio de ouvidoria e pelo uso do Poder Legislativo aplicar leis pesadas para ações de humor antiético que poderiam ofender homens e mulheres ,com a finalidade de diminuir práticas como essas em rede nacional. Ademais , o Ministério da Educação, em parceria com as escolas ,pudesse promover ,por intermédio de palestras e debates em espaços públicos , amostrar essa problemática e as possíveis soluções com o intuito de fazer com que as pessoas possam pensar que tal prática não é correta. Então , parafraseando Martin Luther King , ativista político estadunidense , toda hora é hora de fazer o que é certo , e assim depois de todas essas ações possa mitigar esse óbice.