Título da redação:

Capitalismo censitário

Tema de redação: A “Camarotização” da sociedade brasileira: a segregação das classes sociais e a democracia

Redação enviada em 02/11/2015

A camarotização da sociedade, é um fenômeno que tem em seu cerne uma prática disseminada, principalmente, por empresas da área do entretenimento. Em festas, jogos de futebol e eventos em geral, a segregação de pessoas em camadas, de acordo com sua capacidade de compra, tem sido uma prática comum a algum tempo. Mais do que um simples artifício capitalista de diversificação de lucros, tal hábito gerou, ao longo dos anos, profundos impactos na sociedade brasileira que, historicamente, é extremamente censitária. Como bem foi dito, não é recente essa forma de divisão de pessoas quanto a riqueza. Desde sua formação o Brasil se pauta no elitismo, onde os mais ricos possuem também mais direitos, sendo, além disso, frequentemente detentores de poderes políticos. Essa forma de divisão, portanto, sempre existiu e trouxe consigo preconceitos e injustiças. Porém, deve-se atentar que, embora não seja recente, a discriminação social atrelada a divisão por renda é mais presente e notável nos dias de hoje. Além de cidadãos comuns com um pouco mais de poder aquisitivo, os maiores consumidores das maravilhas da camarotização capitalista são os detentores do poder político que, em sua maioria, são também muito ricos. Como consequência, essa pequena elite nacional, cuja decisões e ações tem impacto direto na vida dos brasileiros, se esquecem da realidade vivida pelo povo. Negligenciam, dessa forma, os apelos da população, permitindo a decadência de todo e qualquer serviço público, já que eles mesmos nunca precisarão usa-los. Portanto, essa desigualdade social pertinente e potencializada pelo capitalismo moderno deve ser combatida através da pressão popular. Deve-se cobrar medidas que diminuam os benefícios de políticos que, frequentemente, enriquecem já no primeiro mandato as custas do dinheiro público e da influência gerada pelo poder. Os serviços e bens públicos só serão valorizados a partir do momento em que essa elite política e econômica descer de seus camarotes sociais.