Título da redação:

ENCLAVES

Tema de redação: A “Camarotização” da sociedade brasileira: a segregação das classes sociais e a democracia

Redação enviada em 17/06/2015

Camarotes ou áreas “VIP'S” são espaços exclusivos que separam pessoas que podem pagar pelo luxo, pelo conforto, pela segurança, das que não podem; portanto, são espaços que segregam classes econômicas. Os camarotes não são apenas encontrados em festas, baladas ou eventos sociais, mas também na vida cotidiana. Essa camarotização da sociedade brasileira é bem visível nas universidade públicas – na dificuldade de acesso a pessoas de baixa renda – e nos bairros ricos das regiões metropolitanas. Desde quando os primeiros colonos chegaram ao Brasil, por volta de 1530, para a implantação das lavouras de cana-de-açúcar, houve uma distinção entre o dono da propriedade e os seus empregados. A “casa grande” com todo o seu luxo, conforto, segurança era um típico camarote que segregava o senhor de engenho e sua família dos escravos e dos capatazes. Essa distinção sempre foi muito marcada pela elite brasileira e podemos observar até hoje que onde mora o rico, não mora o pobre. Exemplo dessa divisão entre ricos e pobres são os bairros nobres, em particular, os condomínio fechados que são verdadeiras áreas “VIP'S” do mundo imobiliário. Nesses enclaves fortificados não há violência, a pobreza não é percebida e a vida segue como um filme de Hollywood. Na verdade, são redomas de luxo em meio ao caos. Além disso, a camarotização se dá também nas universidades públicas. Universidades que de pública só têm o nome, pois não garante o acesso a todos os cidadãos e desde que foram fundadas só atinge as classes mais abastada da sociedade. Um exemplo clássico é a Faculdade de Medicina da USP, uma faculdade “pública” extremamente elitizada, que chega ao seu centenário com políticas de inclusão social muito fracas. Na verdade, a “medicina USP” foi e continua sendo um camarote da sociedade paulistana. No mais, o sistema capitalista favorece a separação entre ricos e pobres e a formação dos “camarotes sociais”, pois esse sistema só sobrevive operando com a desigualdade, com a exclusão, com o privilégio e com a carência. Portanto, como o mundo vive e respira o capitalismo é muito difícil a mudança desse quadro. Mas, se há alguma possibilidade de atenuar a desigualdade e, consequentemente, diminuir a camarotização na sociedade é com a distribuição de renda e com a educação.