Nas últimas décadas, há cada vez menos lugares onde pessoas de diferentes classes sociais e econômicas se encontrem. Isso se deve a um fenômeno conhecido como "camarotização", que vem se intensificando no Brasil e preza pela separação física dos mais e dos menos privilegiados economicamente. Essa segregação causa um enorme prejuízo para a sociedade, em especial ao seu regime econômico, a democracia. Esse é um fenômeno histórico no país, que possui uma sociedade marcada por uma intensa estratificação social desde a época colonial. Porém, a intensificação do mesmo se deve a dois fatores: o capitalismo, que introduz no indivíduo um impulso de distinção associado a mostrar-se para os demais através do consumo, e o acesso das classes populares ao que antes era exclusivo da elite. A "camarotização" da sociedade brasileira causa muitos danos para a mesma, dentre eles, o preconceito e a violência direcionados aos mais pobres e a possibilidade da queda da democracia. Esse regime político exige que todos os cidadãos convivam no ambiente cotidiano, de forma que todos tenham uma visão geral da realidade social vivida pelo Brasil no momento e percebam qual é a verdadeira necessidade da população. Se isso não ocorrer, o que é, em tese, uma forma justa e igualitária de governo se tornará uma injusta, em que há o benefício de poucos, a oligarquia. Para que esse problema seja atenuado é necessário que o Governo brasileiro melhore os serviços públicos, tornando-os tão bons (ou melhores) quanto os particulares, assim até os mais ricos vão querer usá-los. Só então haverá o convívio de todas as classes, mantendo a democracia e o sentimento de um futuro em comum para toda a sociedade.