A desigualdade social é um problema crônico na sociedade brasileira. Desde a colonização, terras e riquezas vêm sendo concentradas nas mãos de pequena parte da população. Este fator, conjugado com um sistema público deficiente, está gerando um fenômeno chamado "camarotização", no qual parte da população paga a iniciativa privada para usufruir de um serviço que o governo deveria oferecer, como saúde e educação. Planos de saúde e escolas particulares são serviços que vêm se tornando cada vez mais comuns no Brasil. A população paga duas vezes, a primeira em impostos, recebendo serviços públicos de péssima qualidade, e a segunda para a iniciativa privada, que finalmente irá oferecer um serviço eficiente. O brasileiro não tem opção, precisa investir grande parte de seu orçamento mensal em serviços básicos para não enfrentar as filas intermináveis do Sistema Único de Saúde (SUS) ou as escolas públicas super-lotadas. No entanto, se o dinheiro público não está sendo gasto para atender a própria população, para onde está indo? Escândalos de corrupção no governo explicam esta situação. O dinheiro da população está servindo para pagar carros e viagens internacionais de deputados e senadores, ou até mesmo, para custear sistemas milionários de corrupção, como no caso da Petrobrás. Os brasileiros estão pagando impostos para bancar a falta de ética de seus representantes políticos. Nessa perspectiva, a reforma política é de extrema importância para a população brasileira. É necessario diminuir o número de cargos e o valor do salário de deputados e senadores, o governo precisa contar com um sistema eficiente de fiscalização dos gastos públicos. Segundo Dostóievski, famoso escritor russo, todos somos responsáveis por tudo sobre todos. Dessa maneira, não basta apenas pagar por um serviço diferenciado, o cidadão precisa cobrar e lutar por seus direitos, vizando uma sociedade melhor, na qual todos tenham direitos à serviços públicos de qualidade.