Título da redação:

"Camarotização": uma doença social

Tema de redação: A “Camarotização” da sociedade brasileira: a segregação das classes sociais e a democracia

Redação enviada em 14/07/2015

A ‘’camarotização’’ não é um fenômeno recente na história brasileira. Apesar de ter a ideologia da miscigenação, o país sempre foi um apartheid social. Atualmente, a divisão das classes sociais está cada vez mais acentuada: têm-se lugares para pobres e lugares para ricos. Essa segregação é uma ação prejudicial à sociedade, pois promove uma incompatibilidade com o ideal democrático de convivência igualitária. Primeiramente, é necessário enfatizar que o Capitalismo é o principal agente que impulsiona o processo de divisão social. Karl Marx já dizia que as classes sociais estão diretamente ligadas ao funcionamento do capitalismo. Num cenário onde é visado o lucro, a criação de espaços exclusivos em eventos surge como uma maneira de induzir ao consumismo, uma vez que esses espaços apresentam melhores serviços e localização e, consequentemente, maiores preços. Desse modo, a separação física em áreas exclusivas é uma maneira de as pessoas mais ricas marcarem sua distinção. Além disso, há também separação e diferenças entre as classes sociais em setores como saúde e educação. Os que possuem maior condição financeira podem pagar por serviço de qualidade, já a outra parte da população – que não pode arcar com as despesas – fica à mercê do ineficiente serviço público. Todos são iguais perante a lei, porém, o Estado não assegura, de maneira satisfatória, igualdade a todos. Consequentemente, a sociedade brasileira torna-se cada vez mais dividida. Torna-se evidente, portanto, que a “camarotização” é nociva à democracia. Sendo assim, para combater esse fenômeno, as ONG’s, a mídia e a população, de modo geral, devem cobrar pela melhoria do serviço público, por meio de campanhas e reportagens que mostrem a realidade brasileira. O governo deve investir nos setores mais deficientes, como educação e saúde. Assim, todos poderão usufruir, de forma harmônica e igualitária, de um serviço público mais eficiente.