Título da redação:

Dando ouvidos a quem precisa

Tema de redação: A “Camarotização” da sociedade brasileira: a segregação das classes sociais e a democracia

Redação enviada em 31/03/2018

É indiscutível que no Brasil a formação educacional voltada àqueles que possuem alguma deficiência, seja ela física ou mental, enfrenta diversos desafios. Em especial os surdos que sofrem com obstáculos como a escassa diversidade de materiais didáticos eficientes e a postura escolar e acadêmica frequentemente excludente. Sabe-se que, diante das tecnologias audiovisuais disponíveis, há a necessidade de ofertar aos estudantes, com deficiência auditiva, ferramentas de aprendizado que facilitem e que sejam mais didáticas, tais como recursos midiáticos contendo a Libras. Seguindo esse pensamento, ao completar 160 anos em 2017, o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) lançou o aplicativo do Jornal Primeira Mão, um programa semanal exibido na única emissora brasileira a produzir e transmitir conteúdo em libras e português. Com o aplicativo, a comunidade surda poderá se informar semanalmente, em libras por meio do celular, sobre as principais notícias do país e do mundo. Além disso, há a necessidade de se revisar a postura das escolas, tanto do ensino fundamental quanto do ensino médio, assim como nas universidades, no tocante a inclusão do aluno surdo. O sociólogo Pierre Bourdie diz que essa inclusão é prejudicada quando a instuição educacional visa atender somente a uma classe dominante, ou seja, o surdo fica prejudicado por se encontrar em minoria. Portanto, a preparação das instituições para receber os alunos, tanto no corpo docente quanto nas estruturas físicas, é primordial para o cumprimento das normas legais. Diante disso, fica clara a percepção da adoção de materiais didáticos mais eficientes e direcionados aos deficientes auditivos ou, pelo menos, que também contemplem a esse público, somada a busca por aperfeiçoamento das instituições no tocante ao tratamento mais inclusivo. Desse modo, as secretárias municipais e estaduais de educação precisam oferecer treinamento constante em Libras para os professores por meio de parcerias com ONGs que tenham experiência comprovada nesse cenário específico de inclusão, para oportunizar um aprendizado mais eficaz e uma assimilação de conteúdo mais funcional.