Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: Violência contra a mulher: o feminicídio no Brasil.

Redação enviada em 01/05/2018

Durante a colonização, a sociedade brasileira se estruturou de forma patriarcal, sendo o homem considerado o dono das suas terras, dos escravos, dos filhos e da sua mulher. Passados mais de 500 anos, contudo, a mentalidade patriarcalista continuou e, nesse sentido, o feminicício configura-se como uma afirmação da persistência do sentimento de posse do homem em relação a figura feminina. Diante de tal contexto, mesmo com a lei do feminicídio, que representa um ganho, ainda há entraves que dificultam a redução desse crime. Primeiramente, vale ressaltar que o enorme índice de homicídios contra a mulher pela sua condição de gênero criou a necessidade de uma lei específica no país. O Brasil possui um dos maiores números de feminicídios, ocupando o 5º lugar no mundo, segundo um relatório da OMS – Organização Mundial de Saúde. O que se percebe, todavia, é que a morte de uma mulher nesse contexto é precedida por outros abusos, físicos e psicológicos, que se relacionam com o sentimento de posse do homem. Assim, se tais violações forem percebidas com antecedência há a possibilidade de intervenção, quebrando a lógica de dominação masculina e evitando a morte da mulher. Mas, as falhas no sistema de segurança pública impedem que isso ocorra. Com isso, a qualificação da lei de homicídios não garante a sua eficácia. Não raro, vê-se que as mulheres assassinadas já haviam aberto boletins de ocorrência contra o agressor. O que se percebe, assim, é que, ao denunciar, as mulheres não são acolhidas por uma rede de atendimento e proteção que lhes ofereça abrigo e acompanhamento psicológico para que possam romper a relação abusiva com segurança. Dessa forma, o crescimento do feminicídio relaciona-se com a falta de estrutura que é oferecida para que as mulheres possam romper o ciclo de violências. Tal fato, então, desestimula outras vítimas, que acabam não abrindo denúncias por sentirem-se inseguras para isso. É notório, pois, que apenas uma lei não é suficiente para mitigar o crescimento do feminicídio no país. Faz-se necessário que o Ministério da Segurança Pública, aliado ao Ministério da Saúde, crie redes de atendimento e de proteção que contenham casas abrigo próximas à delegacias, a fim de que a mulher possa sair de casa, afastar-se do agressor e manter-se em segurança, além de contar com acompanhamento psicológico, nesses locais, que a ajude a romper com o parceiro. Somente primando pelas vítimas será possível fornecer amparo para que as denúncias sejam eficazes e, consequentemente, as violências não cheguem ao nível extremo e irreversível de um assassinato.