Uma das heranças culturais que o povo brasileiro recebeu da colonização europeia foi o patriarcalismo. Nesse contexto, a figura masculina era o foco da sociedade e o tomador de decisões. Em virtude disso, as mulheres foram gradativamente marginalizadas e no pensamento de muitos o único papel desse gênero era a manutenção da prole humana. Desse modo, a principal consequência desse tipo de pensamento nos dias de hoje é a violência contra a mulher, que em níveis mais graves levam milhares a óbito anualmente. A conquista do direito da igualdade de gênero é muito recente. Essa a principal razão para a persistência das agressões. Além disso, a criação de leis que coíbem essa prática, como a lei maria da penha, por si só não são suficientes, pois dessa forma somente uma das consequências de um problema maior é resolvido e o fator causador desse impasse, que está inerente à formação psicológica do indivíduo masculino, persiste. Ademais, as próprias mulheres têm uma parcela de culpa nessa situação. A SPM, Secretaria de Políticas para as Mulheres, relata que em muitos casos é difícil a identificação dos abusos, já que muitas mulheres não realizam a denúncia pois são ameaçadas de morte ou até mesmo temem um futuro arrependimento, já que mesmo apesar das agressões elas possuem um sentimento afetivo para com seus cônjuges. É necessário, portanto, que medidas sejam tomadas para resolver esse impasse. Como disse o filósofo prussiano Immanuel Kant, “o homem é nada além daquilo que a educação faz dele”, é de suma importância a conscientização da população principalmente nas escolas, pois assim será garantido futuros cidadãos conscientes sobre esse assunto. Junto a isso, a mídia deve, por meio de ficções engajadas como as novelas, abordar esse tema devido à grande adesão popular desse tipo de atração. Assim, a conscientização será mais eficaz. E por fim, o governo deve criar canais que assegurem a denúncia e a proteção das mulheres, sobretudo mostrando que ficar calada não é o melhor caminho.