Título da redação:

O silêncio feminino

Proposta: Violência contra a mulher: o feminicídio no Brasil.

Redação enviada em 22/11/2015

Em março de 2015, a Presidenta Dilma Rousseff sancionou a lei do feminicidio no país, tornando este um crime hediondo. Embora seja uma vitória para a igualdade entre os sexos, é importante compreender o motivo pelo qual essa atitude se tornou necessária. Primeiramente, nota-se que a sociedade patriarcal, somada a cultura machista de presente nos dias de hoje, é a principal causa para a violência de gênero. Esse sistema, baseado na superioridade do homem, objetifica a mulher e a resume em mero instrumento de satisfação masculina. Nessa lógica, qualquer tentativa de desvio ou de oposição a esse papel preestabelecido é visto, muita das vezes, como um boicote ao patriarcado, o que leva aos inúmeros casos de hostilidade tão presentes no cotidiano feminino. Por trás dessa lógica existe algo mais grave: até a década de 1970, a tese de legitima defesa pela honra atenuava o assassinato de esposas infiéis por seus maridos. Apesar da isonomia dos gêneros ter sido garantida pela Constituição de 1988, de acordo com a IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada-, cerca de 40% dos feminicidios foram realizados por seus companheiros ou ex-companheiros, confirmando que o sentimento de posse do homem sob a mulher ainda está enraizado na sociedade brasileira do século XXI. Além disso, as grandes chances do agressor sair impune e a falta de amparo governamental à vítima dificultam as denúncias diante dos primeiros atos de violência. Torna-se evidente, portanto, que para acabar com os casos de feminicidio no país são necessárias medidas concretas. É imprescindível que o governo intensifique a Lei Maria da Penha com penas mais duras e prisão preventiva dos agressores para acabar com o medo da denúncia. Ademais, as escolas devem incluir o feminismo -movimento que defende a igualdade de direitos entre os sexos- no conteúdo escolar. As famílias, enfim, podem ajudar a desconstruir pequenas atitudes machistas no crescimento de seus filhos, para que estes, em sua fase adulta, não o reproduzam. Quem sabe assim, o ideal de liberdade, igualdade e fraternidade entre os gêneros poderá por um fim ao silêncio sanguinário sofrido por tantas mulheres no Brasil.