"Matei por que ela terminou comigo". Justificativas como esta demonstram os motivos banais que levam a crimes bárbaros no mundo contemporâneo. A violência para com as mulheres é uma realidade no Brasil e os altos índices de agressões e assassinatos realçam o quão longe encontra-se a sociedade de um combate mais eficaz a esse crime. A situação é ainda mais assustadora , uma vez que os dados disponibilizados são incertos pois, muitos casos não são denunciados nem mesmo pelas vítimas. O medo de represálias e o julgamento social são fatores que inibem a denúncia e proporcionam a continuidade do crime de forma invisível. A lei Maria da Penha, efetivada em 2006, foi fundamental para a redução de 10% na taxa de homicídios domésticos, entretanto, ainda há uma longa jornada a ser percorrida. Fim de relacionamento, traição, ciúmes ou um simples "não" podem ser considerados normais no cotidiano, todavia esses simples eventos são suficientes para a prática de todo tipo de violência , do estupro a xingamentos, e do feminicídio. A persistência de crimes contra a mulher ainda possui como aliada a elevada taxa de impunidade, evidenciada pela desproporcionalidade dos casos denunciados e os que são efetivamente julgados. A denúncia é o primeiro passo para o conhecimento das autoridades sobre um caso de violência e para a punição cabível ao agressor. Porém, um ato que deveria ser simples torna-se um momento de receio para as vítimas. O medo de denunciar , e consequentemente sofrer novas agressões ou até mesmo o homicídio, é válido, visto que o julgamento pode ser falho e muitos crimes seguem impunes, com o acusado convivendo livremente em sociedade. Além disso, as pessoas tendem a julgar a vítima e justificar a violência injustificável com base em comportamentos desta, compactuando mesmo que indiretamente com o crime. De modo geral, a situação das mulheres está se tornando insustentável e a cada dia surgem novos relatos de violência e assassinato contra elas. Dessa forma, torna-se evidente a necessidade de medidas capazes de combater a propagação desse crime. Para isso, devem ser implantadas por autoridades do governo e ONGs programas competentes de apoio e segurança à vitima a fim de promover o aumento das denúncias, seguidas de julgamentos mais rigorosos , pois impunidade não deve ser uma palavra associada ao crime contra a mulher.