Título da redação:

A cultura da mulher submissa

Tema de redação: Violência contra a mulher: o feminicídio no Brasil.

Redação enviada em 11/12/2015

Desde o século IV a.C filósofos teorizam a mulher como inferior ao homem. Aristóteles dizia que o dever da mulher era apenas procriar. São Tomás de Aquino, séculos depois, foi mais longe ao dizer que a mulher era um homem incompleto. A ideia de inferioridade da mulher também está presente na religiosidade – “A mulher deve ser submissa ao seu marido”. Diante disso, e do fato de o Brasil possuir uma das maiores população cristã do mundo, a ideia de mulher submissa está presente desde a infância das crianças brasileiras. Meninos brincam de carrinho e meninas de casinha e comidinha. As brincadeiras de criança são um prelúdio da fase adulta. E desde pequenas, as meninas já sabem que precisam aprender a lavar, passar e cozinhar para cuidar bem de seus maridos. Quando chegam a adolescência: Meninos devem namorar o máximo de meninas para provar sua masculinidade, enquanto as meninas devem se guardar ao máximo a espera de um único rapaz, a quem deverá ser fiel e respeitar para o resto de sua vida. E assim vemos a cultura de submissão da mulher, que está presente desde séculos antes de Cristo, completamente estruturada socialmente em nossa sociedade. Esses meninos e meninas crescem, e os meninos, agora homens, esperam a esposa perfeita e submissa como lhe foi ensinado que deveria ser. Porém as meninas, agora mulheres, ao crescerem e percebem que não devem se submeter a ninguém pois não são inferiores como há muito foi dito e ensinado. E assim, nascem as estatísticas atuais, de homens que se sentem donos de suas companheiras, que por não se submeterem a eles, sofrem diversos tipos de violência, chegando ao ponto de serem assassinadas simplesmente por serem mulheres e não se submeterem aos seus parceiros. Diante disso, vemos que cultura da submissão da mulher, enraizada na sociedade brasileira, é um dos motivos do feminicídio no Brasil. Esse é um problema que deve ser tratado estruturalmente. As famílias brasileiras devem ser conscientizadas, através da mídia, com propagandas e ficções engajadas, sobre a igualdade entre homens e mulheres, e que um não é superior ao outro. Além disso, as Escolas também devem trabalhar essas questões com as crianças, que serão o futuro de nossa sociedade. Para que enfim, em um futuro próximo, essas diferenças não venham mais existir, e portando, a violência contra mulher não persista mais.