A realização de trotes universitários é muito comum na vida dos estudantes, tendo em vista que o trote representa, antes de tudo, um ritual de passagem. Assim, ele possui uma forte função integradora, unindo estudantes veteranos aos novatos. Apesar disso, muitos exageros costumam ocorrer durante os trotes, caracterizados, principalmente, por abuso de poder por parte dos veteranos. É necessário, portanto, modificar essa realidade. O trote é marcado, basicamente, pela submissão que os novatos devem ter perante os veteranos. Assim, estudantes são submetidos a situações diversas, como diversas brincadeiras dinâmicas, meramente com a função de integrar os novos alunos aos antigos, a fim de que a convivência estre eles no curso seja amigável e proveitosa. Desse modo, costuma-se realizar trotes de caráter solidário, como a realização de doações. Por outro lado, muitas pessoas aproveitam o título de veterano para realizar atos de caráter vexatório, ridicularizando e até mesmo causando traumas físicos e psicológicos aos novos alunos, obrigando-os a obedecer as ordens que estão sendo ditadas, sob pena de ser excluído da turma caso não as cumpram. Essa situação de desrespeito está associada, principalmente, à falta de instalação de comissões universitárias que acompanhem os momentos de trote, pois são poucas as universidades que as possuem, possibilitando, assim, a total libertinagem dos alunos que atuam de forma incoerente. Além disso, a questão do trote ainda é pouco debatida na sociedade, pois muitos indivíduos os considera algo extremamente normal, bem como não receberam orientação acerca do que é aceitável e do que não é, dando ainda mais poder às atitudes vexatórias e condenáveis. Dessa forma, vários estudantes universitários continuam sendo vítima de exageros, de irresponsabilidades e de ausência de intervenções superiores. É preciso, portanto, modificar essa realidade. Para tal, é fundamental que as universidades instaurem comissões que apurem o que acontece nos trotes, contando com a participação de alunos, de professores e de coordenadores dos cursos a fim de que a situação seja analisada de forma coerente e precisa, como já vem sendo feito em algumas universidades. Ademais, é preciso que as próprias faculdades discutam internamente a questão do trote, levando-a para debates, por exemplo, o que coopera para uma maior conscientização dos estudantes. Pode-se ainda aproveitar o poder das mídias e dos diversos meios de comunicação para levar o tema à sociedade, proporcionando o conhecimento, por parte dela, dos abusos cometidos nos trotes.