Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Trotes universitários

Redação enviada em 24/10/2018

Apesar do trote universitário ser considerado por muitos um ritual de integração, tal prática está permeada de ações violentas que podem causar sérios danos aos novos alunos. Essa tese pode ser corroborada ao analisar, por exemplo, o caso da morte por afogamento de um "calouro" de medicina na USP em 1999 durante um trote. Nesse sentido, algo deve ser feito para alterar essa situação, adotando práticas de integração saudáveis, intentando uma maior segurança para todo os estudantes. Primeiramente, cumpre salientar que o descaso das universidades no que tange a punição e a prevenção dos trotes mostra-se como um dos principais fatores que impedem a resolução dessa problemática. Isso porque, a partir, principalmente, da impunidade em relação a essa atividade, o seu combate é minimizado e desperdiçado. Dessa forma, ao se relacionar com o conceito de banalidade do mal da socióloga Hannah Arendt, o qual declara que quando uma atitude agressiva ocorre constantemente, as pessoas param de vê-la como errada, tal negligência das instituições acadêmicas, ao se dedicarem precariamente na luta contra o trote, auxiliam na manutenção dele no ambiente universitário. Ademais, a perpetuação desse ato está intimamente atrelada a elevação do trote pelo senso comum a algo cultural e histórico. Tal afirmação pode ser comprovada por meio de uma cena do filme baseada em fatos reais, "O trote", no qual um dos escolares justifica essa prática utilizando o argumento de que ela ocorre há mais de cem anos, sendo algo normal e até mesmo cultural nas universidades. Sendo assim, é necessário a mudança desse pensamento objetivando a erradicação dos trotes e a integração física e psicológica do corpo discente. Nesse prisma, urge a tomada de medidas a fim de reverter o quadro apresentado. Logo, o Ministério da Educação deve promover palestras, ministradas por especialistas, voltadas para todo o corpo escolar, sobre os perigos acerca da realização do trote bem como visando a desconstrução de que ele é uma prática normal. Por outro lado, as universidades devem realizar investigações, por meio da criação de canais de denúncias, tencionando a punição dos acadêmicos responsáveis pelas violências e a não recorrência dessa ação. Destarte, o Brasil poderia ser um país mais seguro para todos.