Já dizia Aristóteles que “o homem é um ser social”. As pessoas estão sempre à procura de grupos, tanto em âmbito pessoal quanto profissional. Um problema surge quando algumas turmas se aproveitam dessa necessidade humana de pertencer a uma comunidade e impõem certas condições e desafios absurdos para que o indivíduo seja aceito. Essa situação é o que vem ocorrendo nos trotes universitários. Muitas vezes, ao ingressar em uma universidade, os novos alunos – “calouros” – são recebidos por estudantes de turmas mais avançadas – “veteranos”. Esses, por sua vez, designam uma série de atividades e brincadeiras que devem ser cumpridas pelos novatos. Aqueles que se recusam a cumprir tais exigências ou nem mesmo comparecem aos trotes correm o risco de serem isolados e humilhados pelos outros universitários. Por conseguinte, devido ao medo da rejeição, muitos acabam sucumbindo aos desafios, mesmo contra vontade. Em algumas faculdades, os trotes são tranquilos e organizados, com brincadeiras respeitosas que não ofendem e não machucam ninguém. Porém, há universidades nas quais atividades violentas, perigosas e humilhantes são propostas. Há vários relatos de acidentes, agressões físicas e emocionais e graves ferimentos ocorridos nesses eventos. À vista disso, é possível perceber que os trotes podem contar com práticas seguras e divertidas, quando bem organizados. Sendo assim, a proibição total dessas cerimônias não seria a melhor solução para os problemas apresentados em alguns casos. Desse modo, a melhor maneira de lidar com o assunto será as próprias universidades passarem a organizar eventos de integração entre os calouros e os veteranos, com fiscalização em tempo integral feita por fiscais da instituição, garantindo uma confraternização pacífica. Além disso, se algum estudante violar as regras ou organizar trotes violentos e desmoralizantes fora da faculdade, esse aluno deverá ter como punição a expulsão. Desse medo, os trotes deixarão de machucar, incomodar, humilhar e amedrontar tantas pessoas.