O trote universitário, com origem na Idade Média, tem o objetivo de inserir os novos alunos na universidade, a fim desses obterem uma maior aproximação com os veteranos. Essa prática consiste em brincadeiras como raspar a cabeça e jogar tinta. Entretanto, no contexto atual, tal "farra" está tomando outras formas de caráter violento. Sendo assim, surge a questão: o trote serve para celebrar uma conquista ou transformar um sonho em pesadelo? Em primeiro lugar, é valido ressaltar que, na maioria dos casos, o trote é consentido pelo calouro e torna-se apenas uma brincadeira. Por outro lado, casos de violência são cada vez mais vistos na "calouragem", na qual os veteranos submetem os colegas à humilhação, preconceito e desigualdades. Pode-se tomar como exemplo, um aluno da Universidade de São Paulo (USP) que foi morto, em 1999, por afogamento, após o "ritual de boas-vindas" na universidade. Além disso, o trote é visto como uma tradição, o que resulta em um ciclo vicioso entre os universitários. Com um sentimento de vingança, os estudantes desejam fazer com os novatos o mesmo que receberam quando iniciaram a vida universitária. Desta forma, essa prática torna-se infindável, visto que todos os anos terão novos alunos que serão alvos dos antigos calouros, os veteranos. Outro fator existente, é a "cultura do silêncio". A postura permissiva das universidades e a falta de repressões eficazes, sendo a maioria dos processos arquivados pela justiça - como o caso de 1999, em São Paulo, arquivado em 2006 - faz com que vítimas tenham medo de realizar as denúncias, ficando expostas a lesão corporal, injúria e constrangimento ilegal. Desta forma, fica claro que medidas preventivas são necessárias. De imediato, Organizações Não Governamentais (ONGs), aliadas à mídia, devem fazer campanhas de incentivo ao trote solidário, a fim de reduzir o índice de violência e abraçar uma causa social. Além disso, é preciso maior fiscalização durante o período de trote ou, se for necessário, a proibição desse. Por fim, o Poder Executivo pode criar um projeto de lei que haja punição para os praticantes desse ato. Assim, estudantes comemorarão suas conquistas com gozo e alegria.