Título da redação:

O limite entre a brincadeira e a violência

Tema de redação: Trotes universitários

Redação enviada em 21/07/2015

Vindos desde os tempos da Idade Média e ainda presente hoje em dia, o trote universitário é uma prática na qual os “veteranos” colocam-se em uma posição superior aos “calouros”. Muitos calouros encaram o trote como uma oportunidade de serem reconhecidos socialmente na nova escola, submetendo-se para isso a situações humilhantes, preconceituosas e violentas, que prejudicam sua integridade física e moral. Como uma alternativa mais saudável e segura, muitas universidades aderiam ao trote solidário. Após adquirir um caráter tão violento, chegando a serem relatados até mesmo casos de morte, os trotes fazem com que a realidade nas faculdades, que sempre foi um sonho, torne-se um pesadelo. Veteranos submetem os novos alunos a uma série de práticas humilhantes, discriminando-os muitas vezes por suas origens, opção sexual ou cultura, ferindo sua dignidade. Deste modo, o trote, que deveria integrar os alunos, na verdade acaba afastando-os e, sob a lembrança do vexame sofrido, nutrem-se com a promessa da vingança contra os futuros calouros, entrando, assim, em um ciclo viciante. Por conseguinte, em contraponto aos trotes violentos, foi criado o chamado “Trote Solidário”. Nestes, os calouros participam de atividades assistencialistas, como arrecadação de alimentos não perecíveis, roupas, doadas normalmente a orfanatos e asilos. A doação de sangue também é outro método adotado que se faz muito importante, visto a carência nos bancos sanguíneos. Tais práticas ajudam na formação de concepções mais humanas nos jovens, tornando-os cidadãos melhores e mais justos. Dado o exposto, é notório como deve ser erradicado os trotes de caráter violento. Recomenda-se, assim, que as universidades incluam em seu regulamento que tais atos são proibidos, tendo como consequência a possível expulsão. Um modo de evitar este tipo de trote seria o estimulo, por parte das instituições, à formação das comissões chamadas “salva-calouro”, que são alunos que fiscalizam os demais, reportando as práticas violentas à instituição, para que os infratores recebam punições adequadas. Além disso, as instituições devem também pregar a desempenho de trotes solidários, que são saudáveis e geram bons resultados à comunidade, tornando o trote uma prática humanitária e integradora, e não de excludente.