Título da redação:

Nova comemoração

Tema de redação: Trotes universitários

Redação enviada em 30/05/2015

Em 1831 acontecia , na Faculdade de Direito de Olinda, o primeiro trote universitário do Brasil, marcado por acabar em morte. A partir daí, muitas instituições passaram a proibir essa prática violenta, mas em muitos lugares ela ainda persiste, movida por uma ideia de hierarquia, mostrando que esse ritual foi naturalizado e continua fazendo vítimas. A universidade é um mundo novo a ser descoberto. Pessoas e lugares diferentes, outros amigos e, muitas vezes, outra casa. Sendo assim, os veteranos, por estarem há mais tempo nesse cenário de novidades, mostram seu suposto poder expondo os calouros, comumente sem o devido consentimento, à diversas atividades - tais como ingestão excessiva de bebidas alcoólicas, raspar os cabelos e pedir dinheiro -, com o pretexto de integrá-los neste ambiente. Dessa forma, os novos alunos participam dos trotes sem reclamar. Com medo de não conseguirem fazer amigos e de serem excluídos desse círculo social, eles colaboram com um "ritual de passagem" que já foi naturalizado em nossa sociedade, haja vista que muitos casos de violência não são julgados, como o que ocorreu no interior de São Paulo, em 2010, quando estudantes foram recebidos com creolina, um produto altamente corrosivo capaz de provocar queimaduras de primeiro grau. Portanto, é necessário que o trote universitário seja tratado de outra maneira. Para isso, é preciso que as faculdades tomem uma postura ativa neste contexto, criando canais de denúncia e ouvidorias para que os estudantes recém-chegados sejam ouvidos e tenham a quem recorrer caso sofram alguma violência. Além disso, é essencial que, com a ajuda da mídia, outras formas de recepção sejam divulgadas e incentivadas, tais como o trote solidário e o trote cidadão, que se baseiam em ações sociais e fazem da entrada na universidade um ato ainda mais belo de ser comemorado.