A ansiedade de muitos jovens é passar na faculdade e ter os seus primeiros contatos com as novidades das universidades, fazer novos colegas, reencontrar amigos de turma do colegial e participar dos trotes, mas para alguns o sonho acaba ai. Os trotes são uma celebração comum dos veteranos para os calouros, mas de uns tempos para cá o que era um ritual de celebração passa a ser sessão de humilhação -tanto física quanto psicológica- podendo chegar até a morte. Os trotes, são acontecimentos medievais que tinham função eliminar doenças, onde suas roupas eram queimadas e cabelos raspados, mas não perdiam a essência do rito de passagem. Nos dias atuis os trotes aconteciam no dia da matricula do novo estudante, pintando-os e raspando as cabeças, principalmente dos meninos, podem ocorre a chamada calourada ou nas primeiras semanas de aula. Nesses rituais de iniciação à universidade os veteranos, alunos mais velhos, "mostram" aos novos alunos, calouros, que as regras da faculdade são diferentes do seu antigo colégio e que eles, veteranos, são dignos de respeito. Entretanto, o que era só um ritual passou a ser uma sessão de humilhação em alguns casos chegando até a morte. Quando se inicia mais um semestre são comuns as notícias de alunos que encabeçam a sessão de tortura ferindo, humilhando em trotes de algumas universidades e na grande maioria dos casos os trotes estão sempre acompanhados de bebida alcoólica, um exemplo foi o estudante Bruno Cesar Ferreira, que entrou em coma alcoólico após a ser obrigado a ingerir grandes quantidades de bebida além de alcoolizado o calouro foi espancado. Esses trotes trazem danos físicos e eles veem acompanhados de feridas psicológicas, os estudantes ligam os momentos passados nos trotes a todos os outros que virão na faculdade ou na vida fora dela e podendo até mesmo desistir do curso pelo qual lutou. O sonho do ingresso na faculdade não pode parar no trote. Os rituais de passagem podem ser e são tranquilos e divertidos, mas para aqueles que excedem é necessário punição, os trotes brutais já são ilegais no Brasil, contudo ainda acontecem. A participação das universidades nos eventos é fundamental para que tal fiscalização aconteça, seja cedido um espaço da faculdade para que o trote seja realizado e se ocorrer fora do local universitário o mesmo tome uma posição em relação aos trotes, além de haver campanhas de educação para tal assunto. Se o termo "bixo" nos trotes só for levado na brincadeira não se passará de apenas corpos e caras pintadas.