Título da redação:

Os Limites entre o necessário e o abusivo

Proposta: Testes em animais: até que ponto o avanço da ciência interfere no direito à vida dos animais?

Redação enviada em 20/10/2015

De acordo com Aristóteles, o homem é o único ser racional existente, enquanto os demais animais comportam-se de acordo com seus extintos. Entretanto, a superioridade humana vem sendo aplicada de forma abusiva em relação a testes científicos com animais, fator precursor de grandes debates na sociedade. Deve-se levar em consideração, primeiramente, que apesar do ser humano ser considerado o único possuidor de razão, os demais animais possuem atividade neural e, em muitos casos, apresentam comportamento sentimental análogo ao humano, como por exemplo, demonstração de afeto a um filhote ou luto ao perder um membro familiar. Tal conduta tem sido utilizada como argumento contrário ao uso de animais em experimentos científicos, devido a este, em inúmeros casos, causar sofrimento e transtornos psicofísicos irreversíveis. Todavia, sabe-se que o teste em animais faz-se necessário no Brasil, uma vez que os laboratórios nacionais contam com poucos recursos, o que os mantém, ainda, dependentes desse método. A finalidade dos experimentos é garantir que qualquer produto não faça mal algum à população, antes mesmo de chegar até ela. Porém, a problemática é que, apesar do Conselho Nacional de Controle a Experimentação Animal (Concea) criar normas a fim de garantir o bem-estar desses animais, muitos laboratórios burlam as leis, como foi o caso da empresa Royal, ocorrido em 2013, onde ativistas resgataram 178 cães mantidos sob maus-tratos, sendo que alguns foram encontrados mutilados e com tumores. O abuso de poder sobre esses animais fere, diretamente, o princípio ético humano, já que não há como esses defenderem-se, o que acarreta uma luta desigual pela vida. Fica evidente, portanto, a necessidade de haver uma intensificação nas investigações de empresas que fazem uso de testes em animais, que deve ser realizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), em parceria com ONGs e com a população, que deve manter-se atenta sobre possíveis casos de maus-tratos. Ademais, o governo deve investir em materiais científicos para os laboratórios nacionais, a fim de erradicar o uso de animais. Com isso, a superioridade humana, descrita por Aristóteles, garantirá o respeito às demais espécies.