Título da redação:

Não é científico, é achismo

Tema de redação: Testes em animais: até que ponto o avanço da ciência interfere no direito à vida dos animais?

Redação enviada em 13/06/2015

“A pergunta não é ‘Eles podem pensar?’ nem ‘Eles podem falar?’ A pergunta é: ‘Eles podem sofrer?” Já questionava o filósofo Jeremy Bentham a respeito do uso de animais em testes. As opiniões se divergem quando este assunto é discutido tanto para o público amador quanto para profissionais que trabalham na área. Mesmo após grandes revoluções tecnológicas e aperfeiçoamento das técnicas de trabalho, ainda se preserva a utilização de animais para testes de diversos fins, medicamentos principalmente. A dúvida de como um fármaco poderá reagir no organismo, é tirada a partir dessa atividade que, na maioria das vezes causa sofrimento ao animal. Os coordenadores do Coneca, Conselho de Controle de Experimentação Animal, alegam que seria impossível não usar animais na pesquisa de testes de medicamentos, pois se não houvesse a experimentação a população se colocaria em risco. Em contrapartida, biólogos afirmam que jamais foi preciso usar destes animais para fins experimentais. Os testes são realizados em laboratórios e os animais geralmente são criados ali. Eles podem nascer, crescer e morrer dentro de um mesmo laboratório, onde são referidos como “material”, “produto” ou “modelos” para os pesquisadores. Primeiramente, os testes são realizados em ratos e camundongos, posteriormente, em animais de grande porte, já sabendo a dosagem correta e reação. Depois disso o medicamento é novamente testado, pulando para a fase de teste em cobaias humanos. A questão é que esses animais sofrem, sentem dor, e muitas vezes podem ter danos permanentes. Muitos dos procedimentos são realizados sem anestesia ou com alguma substância tóxica ocasionando a morte e proporcionando o estudo de seus respectivos cadáveres. Além disso, eles sofrem com as condições artificiais do local onde vivem, com pouca entrada de luz, pouco espaço e falta de contato. Portanto, é possível concluir que é necessária a criação e utilização de métodos alternativos, até mesmo porque a experimentação animal não é totalmente confiável, ela nos revela fatos sobre os animais, e não sobre os seres humanos. Por exemplo, a aspirina causa defeitos em fetos de ratos e camundongos, mas não de seres humanos; a penicilina, antibiótico natural da benzetacil, é venenosa para porquinhos da Índia. É necessário investir tecnologicamente neste ramo, visando que estudos de métodos alternativos são poucos e demorados. A crianção de órgãos que fiscalizem e punam laboratórios que utilizam dos maus tratos dos animais é importante. Deste modo, ocorreria a diminuição dos testes em animais e a preservação de suas vidas.