Certa vez, Charles Darwin declarou que a compaixão para com os animais é uma das virtudes mais nobres da natureza humana. Porém, não é difícil encontrar momentos na história em que a compaixão foi deixada de lado em prol do benefício humano. Utilizar animais como cobaias é uma prática comum há séculos e, graças aos sacrifícios silenciosos desses seres indefesos, incontáveis avanços puderam ser alcançados no âmbito médico, científico e industrial. Entretanto, atualmente, muito se discute a respeito da real necessidade de ainda utilizar seres vivos em testes. Com o avanço tecnológico e científico, alternativas surgiram. É o caso, por exemplo, de tecidos in vitro que podem ser utilizados para avaliação de corrosividade de cosméticos e componentes químicos. Além desse, o Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea) reconheceu 17 métodos alternativos para o uso na pesquisa brasileira. Infelizmente, muitas dessas tecnologias encontram entrave econômico e a maioria das empresas brasileiras optam por continuar com os testes realizados em animais. Portanto, fica evidente que sem uma pressão vinda dos consumidores a situação continuará. Mas como o consumidor pode adivinhar qual empresa utiliza animais como cobaia? Atualmente, não é obrigatório informar no rótulo essa informação, porém o governo deve criar uma lei que assegure o direito do consumidor de saber como o produto foi testado. Além disso, em atividades em que o teste com animais ainda não apresenta alternativas viáveis órgãos fiscalizadores devem garantir que os animais sejam tratados da forma mais ética e parcimoniosa possível.