Título da redação:

Adaptação para quem?

Tema de redação: Testes em animais: até que ponto o avanço da ciência interfere no direito à vida dos animais?

Redação enviada em 11/06/2015

O Darwinismo propõe que a evolução das espécies a partir da adaptação ao meio, garantindo a sobrevivência aos mais aptos. Assim, a concepção da ciência é um reflexo da adaptação humana às divergências do meio. Entretanto, para o avanço da ciência, sobretudo da medicina, da farmacologia e da criação de cosméticos ainda é necessário, em muitos países, o teste prévio em animais. Seria justo utilizar outras espécies para garantir o avanço da ciência? É válido considerar, antes de tudo, a relação entre os testes em animais e os avanços científicos. Em 2013, ativistas brasileiros invadiram um laboratório em São Paulo, que realizava testes farmacêuticos em cães da raça beagle. Os ativistas relataram que os animais sofriam maus-tratos, principalmente, devido a testes de sensibilidade que eram realizados nos olhos e na pele. Não há dúvida que os animais possuem a saúde e comportamento comprometidos após os testes. Dessa maneira, independentemente do caráter da pesquisa, a vida dos animais deve ser protegida. Convém analisar, também, relação entre a produção industrial e a vida dos animais. Nos países pertencentes à União Europeia os testes em animais para o setor cosmético são proibidos. Dessa forma, as empresas para lançarem produtos novos precisaram encontrar métodos alternativos para realizarem os testes. Sem dúvida a indústria cosmética, frente a proibição, não parou de produzir, logo o banimento dos testes com animais incentivou a indústria cosmética a procurar meios alternativos, como o teste microbiológico in vitro. Sendo assim, a indústria farmacêutica também deveria procurar outros meios que não causem a perda de vidas. Para isso, basta escolher entre aplicar e desenvolver novas tecnologias e não escolher o caminho mais barato. Fica evidente, portanto, que o avanço da ciência não equivale a perda da vida dos animais. E para que haja respeito entre a relação homem e natureza é necessário, a longo prazo, que os governantes invistam em universidades para que programas de pesquisas científicas criem novas formas de testes, além disso é necessário impor prazos aos laboratórios para que eles façam o mesmo. A curto prazo, os órgãos responsáveis pelo meio ambiente, dos países interessados na mudança, devem criar um conselho de ética com a participação de movimentos ambientalistas para que haja diálogo quanto à forma menos agressiva de testes, até que eles sejam substituídos. Desse modo a adaptação humana não virá às custas de outras espécies.