Título da redação:

A moral de Kant na experimentação animal

Proposta: Testes em animais: até que ponto o avanço da ciência interfere no direito à vida dos animais?

Redação enviada em 07/08/2015

Com o advento da Biotecnologia, a realização de testes laboratoriais em animais tornou-se uma constante no meio científico. De um lado, essa realidade tem proporcionado grandes avanços e descobertas na ciência; de outro, essas conquistas, muitas vezes, são alcançadas em detrimento da vida dos animais. Nesse contexto, é importante e necessário discutir os dilemas que estão envolvidos no uso de animais em experimentos científicos, propondo medidas que conciliem as necessidades da ciência ao respeito à vida animal. Através do desenvolvimento da Genética Recombinante, a humanidade presenciou avanços significativos no ramo científico. Desde a criação do primeiro antibiótico, a Penicilina, até a produção do hormônio insulina em organismos transgênicos para o tratamento de diabetes. No entanto, o alcance dessas conquistas está intimamente ligado ao uso de animais em experimentações, que, por vezes, podem se tornar grandes ameaças à saúde do animal, se não submetidas a comitês de ética, como prevê o Concelho Nacional de Controle de Experimentação Animal- a Cocea. Para Kant, toda ação deve ter valor moral, ou seja, deve-se fazer o certo no momento certo. A opção pelos testes com animais deve ser realizada para a busca da cura de doenças e para minimizar os sofrimentos e os riscos que elas causam e não indiscriminadamente com o objetivo de obter vantagens pessoais e prestígios no meio científico. O animal é, pois, um ser vivo que, assim como o ser humano, também tem o direito à vida, e toda ação que fira esse direito deve ser devidamente discutida, analisada e punida. Ademais, em vista de conciliar as necessidades científicas e humanas ao cuidado com a vida dos animais, é necessário que a experimentação animal dê de fato ênfase em não causar dor ou transtornos neurológicos no mesmo. Nesse sentido, deve-se unir as forças governamentais, as científicas, as médicas e as sociais na busca pela maior atuação de instituições como a Cocea, com a criação de normas que protejam o bem-estar desses animais; como também, estimular o desenvolvimento de alternativas capazes de substituir o uso de animais em testes, a exemplo de pesquisas in vitro. Assim, a ciência continuará progredindo, mas de mãos dadas com o efetivo respeito à vida animal.