Em tempos de crise, como a vivida pelo Brasil, diversas soluções são propostas para a retomada do crescimento econômico. Assim, a terceirização apresenta-se como uma intervenção. No entanto, é fundamental expor que essa iniciativa tem consequências positivas e negativas. Em primeiro lugar, destaca-se o favorecimento à saída do país da recessão. Tal fato é justificado porque flexibilizar a prestação de serviços é um incentivo à contratação e, por sua vez, à ampliação de vagas no mercado de trabalho. Dessa forma, com índices de desemprego tão altos, um maior número de pessoas exercendo atividade remunerada pode aumentar o consumo. Contudo, é importante ressaltar a instabilidade do cargo do trabalhador. Segundo a CUT (Central Única dos Trabalhadores), o tempo de emprego nos setores terceirizados é mais de 50% menor do que os normais. Isso significa que as demissões acontecem com certa frequência e os indivíduos não têm a segurança de uma evolução dentro da empresa. Compreende-se, portanto, a necessidade de um equilíbrio na proposta de terceirização. Os sindicatos devem estar atentos às novas regras e realizar reuniões com os trabalhadores para informá-los sobre elas. Outrossim, é essencial que os conscientizem a respeito dos seus direitos a fim de evitar explorações. Entretanto, se isso acontecer, o Governo Federal precisa impor multas altas às empresas que não cumprirem suas obrigações. Dessa maneira, como afirmou o sociólogo Émile Durkheim, o progresso virá a partir de um consenso entre as classes e não da sobreposição de uma delas.