Na Grécia Antiga, o trabalho possuía um valor pejorativo, visto que era exercido pela população que se encontrava próximo ou na base da pirâmide hierárquica. Hoje, entretanto, o labor é muito valorizado, pois é o suporte da economia de qualquer nação. Dessa forma, vale analisar minuciosamente esta proposta de terceirização do trabalho, pois para que não afete os valores sociais dos cidadãos e nem a economia é preciso condições condizentes e justas. Entrar no mercado de trabalho é o sonho de vários brasileiros, e devido à crise, o número de desempregados é preocupante. Uma solução proposta para esse problema é a terceirização, que busca aumentar os postos de trabalho, porém, com diminuição do salário e dos anos trabalhados. Para a economia, é uma proposta cabível, pois com um número maior de pessoas empregadas o consumo irá aumentar, as empresas e indústrias arrecadarão mais, e assim, o Produto Interno Bruto (PIB) terá um percentual maior, consequentemente haverá um acréscimo na arrecadação do Estado possibilitando mais investimentos em políticas públicas. Por outro lado, o trabalhador pode ser prejudicado. Um dos princípios fundamentais da Constituição Federal Brasileira de 1988 é “os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa”. Dessa forma, é preciso que os valores sociais sejam preservados para que o trabalhador exerça suas funções de forma segura e eficaz. O trabalho deve oferecer a qualquer cidadão o direito à garantia de boa qualidade de vida sendo expressa na forma de saúde, educação, alimentação e moradia. Se o trabalho não oferecer essas garantias básicas, então ele não está condizente com seu papel na sociedade. Dessa forma, é preciso que a legislação tenha clausulas que garantam tais direitos a fim de que o trabalhador não seja prejudicado. Portanto, a terceirização pode ser uma solução imediata para crise econômica brasileira, porém se não for tomada as regulamentações que garantam ao trabalhador uma vida digna, é inaceitável que continuem com essa proposta. Além da legislação, é preciso que os entes federativos invistam em saúde e educação, pois com uma população mais instruída e saudável os gastos em cuidados médicos diminuirão, e essa economia poderá ser investida em lazer, gerando mais satisfação e bem-estar. Além disso, a manutenção do ambiente de trabalho é essencial, visto que, se o trabalhador vai receber menos é preciso que no mínimo as condições sanitárias e de segurança sejam adequadas, assim cabe à fiscalização tomar partido de tais obrigações. Dessa forma, uma sociedade em que o trabalho seja de fato valorizado será construída.