Olha-se para corpos tatuados e pensa-se que as figuras vistas são apenas desenhos, mas, geralmente, erroneamente; a percepção deve ir além. O ato de marcar o corpo, pigmentando-o, relaciona-se, majoritariamente, à psique, e não apenas a algo estilístico. Mesmo que subentendido, cada tatuagem possui uma importante significação ao hospedeiro. Vive-se num mundo de importantíssima necessidade expositora dos pensamentos e sensações, com isso a "tattoo" enalteceu-se e está em processo de dominação da derme humana. Para ter-se noção, uma pesquisa revelou que dentre todas as brasileiras, cerca de 60% possuem tatuagem. Talvez avançando algumas décadas seja difícil encontrar alguém sem pinturas corporais. Apesar do grande número de tatuados, o preconceito ainda existe, e ele afeta, principalmente, na hora da contratação de funcionários. Preocupado com a reação da clientela, os empregadores optam pelos candidatos de pele virgem. A fobia deriva de um pensamento enraizado nas pessoas desde tempos remotos, momentos estes nos quais quem se tatuava estava à margem da sociedade: piratas, prisioneiros e outros. Quando a raiz é extensa e profunda, a poda exige esforço. Para reduzir as dimensões de tal estirpe, o herbicida a ser utilizado é a disseminação da ideia de que marcas epiteliais não sobrepõem-se à qualidade profissional e ao caráter dum indivíduo. Se redes abertas de televisão, em parceria com o Governo Federal, propusessem-se a oferecer discussões, ao público, sobre o assunto e evidenciar a realidade dos tatuados, a discriminação em questão seria reduzida substancialmente.