Para muitos, ela não passa de um adereço estético como outro qualquer, de um ornamento permanente enfiado na carne, de um enfeite que possui a mesmíssima função – e importância – das pulseiras, brincos e anéis. Para outros, ela é coisa de bandido, de drogado, do diabo ou de gente “sem amor ao corpo”. A questão é que tatuagens vão bem além disso. Apesar de existirem à muitos anos atrás – acredita-se que existam desde o período neolítico – as tatuagens ainda são motivos de discriminação na sociedade. O que as pessoas não entendem é que as tatuagens são a forma mais eficaz de trazer à tona, à superfície do corpo, aquilo que inunda o interior das pessoas. Não se trata apenas da tinta que com a ajuda de uma agulha frenética pinga corpo adentro. Trata-se, principalmente, de sentimentos, valores, crenças e lembranças que imploram para serem jorrados coração e cérebro afora; que suplicam para serem transformadas na arte que envelhecerá, desbotará, enrugará, morrerá. Muitos questionam do por que materializá-las em no corpo e não em um quadro ou em uma camiseta, por exemplo. Acontece que certas coisas são tão importantes que precisam ser carregadas com a pessoa, todos os dias, sem que exista o mínimo risco de serem tiradas da pessoa. Se trata de um reflexo-lembrete do que a pessoa viveu e é de fato, por baixo de toda a roupa. A palavra que resume como lidar com o preconceito em relação as pessoas tatuadas é respeito. E esse respeito deve ser implantado primeiramente através da consciência de cada individuo, visto que tatuagem vai muito mais além marcas permanentes no corpo de quem as possui. Não julgar aqueles que possuem “tinta na pele” é uma grande demonstração de respeito e do reconhecimento de que as diferenças entre pessoas não as tornam melhores nem piores que ninguém. Campanhas na mídia, financiadas pelo governo que “destabulizem” a tatuagem. E aos pais, cabe a função de educar os filhos desde a tenra idade à respeito de aceitar a diversidade das pessoas.