Título da redação:

Tatuagens como esperança de emancipação social

Proposta: Tatuagem: modismo ou formação de identidade

Redação enviada em 09/05/2016

Muito se discute acerca da tatuagem no Brasil e sua expressividade contemporânea, referindo-se à modismos ou elaboração de identidade. Nesse contexto, percebe-se que a mácula deixou de ser prática exclusiva da marginalidade e começou a inserir-se em novos contextos sociais, adquirindo outros significados. Dessa forma, torna-se fundamental uma parceria entre governo e sociedade para melhor aceitabilidade da mesma e suas representações. De acordo com a revista National Geographic, os primeiros desenhos corporais foram concebidos a partir da fricção de carvão em cortes na pele, expondo aspectos culturais. Historicamente, conotações divergentes surgiram bem como os antigos romanos os quais pregavam a valorização da pureza humana ao evitar marcações - sendo reservada exclusivamente à criminosos. Somado a isso, o povo judeu também não é receptivo à prática, visto que faz alusão ao contexto nazista e ao holocausto da 2º guerra mundial. Sob essa perspectiva, percebe-se que as tatuagens podem servir para propagação de costumes, além de evidenciar valores e respeito à dignidade humana, sendo considerados atemporais. Paralelo a esses fatores, o sociólogo Émile Durkheim dispõe do ponto de vista em que a sociedade exerce coerção social ao indivíduo, ou seja, as exposições artísticas epiteliais são repreendidas por grupos conservadores (familiares) e instituições brasileiras (órgãos públicos e privados). Por conseguinte, as objeções estão pautadas na apresentação física que uma pessoa têm diante da sociedade, possível alteração da moral e os bons costumes existentes. Tais pressuposições podem ser consideradas ultrapassadas e ir de encontro à Constituição Federal de 1988, a qual permite a livre expressão independentemente de censura ou licença. A fim de garantir a expansão da permanência pacífica das tatuagens no Brasil, é fundamental que o Poder Público disponibilize mais informações sobre essa atividade (a partir de mutirões, palestras, anúncios, panfletos, veiculação midiática), tanto para permitir sua execução em estabelecimentos que não ofereçam riscos ao consumidor e para que paradigmas sejam desfeitos. Outrossim, é imprescindível que a família - conscientizada pelos mecanismos do Estado, possa ampliar a visão dessa prática entre filhos e dependentes, pois a longo prazo teria melhor aceitação entre os brasileiros, sem julgamentos ou preconceitos. Assim, se tais medidas forem executadas, será possível permitir que as tatuagens sejam classificadas como elementos de expressão identitária.