Título da redação:

Tatuagem e Sociologia

Proposta: Tatuagem: modismo ou formação de identidade

Redação enviada em 20/04/2016

A tatuagem é uma arte milenar praticada por povos nativos como fator distinto. Além de expressar os fatos da vida biológica – nascimento, puberdade, reprodução e morte, era utilizada em rituais e em associação do indivíduo ao seu grupo de pertencimento. Na modernidade a tatuagem é caracterizada como fato social, uma vez que pode se relacionar com coercitividade, generalidade e exterioridade. Sendo assim, as marcas no corpo são determinantes para a formação da identidade individual e coletiva. Para o sociólogo Emile Durkheim, fato social são maneiras de agir, pensar e sentir exteriores ao indivíduo e dotadas de um poder coercitivo. Nesse sentido, a tatuagem em algumas sociedades, como nas indígenas, pode ser considerada um tipo de coerção social imposta, assim como o idioma e a religião. Ademais, as marcas na pele antecede a contemporaneidade, configurando exterioridade. Somado a isso, a presença da prática em diversas sociedades evidencia a generalidade do ato. Dessa forma, é claro que as tatuagens vão além de moda efêmera. As modificações do corpo estão intimamente ligadas à cultura em que ele está inserido. Ao longo da história, a tatuagem esteve associada a grupos sociais excluídos, como marginais, prostitutas e presidiários, sendo vista como imoral e subversiva. Porém, foi resgatada pela classe artística, e ganhou força na contracultura - movimento questionador dos valores da sociedade no contexto pós Segunda Guerra Mundial. As marcas na pele, nesse panorama, teve papel fundamental em um momento de ruptura e transformação da humanidade. É claro, portanto, que a tatuagem como fato social está intrinsecamente ligada à construção das características de um povo. No entanto, ainda é alvo de preconceitos. A fim de desmitificar tal aversão, é necessário que a sociedade avalie historicamente a importância da tatuagem como forma de expressão e, sobretudo, respeite os tatuados. Com o intuito de despertar a consciência crítica dos indivíduos, a mídia como veículo de informação, deve abordar o tema com embasamento teórico, levando em conta a cronologia histórica. Só assim, as marcas corporais serão vistas como relevantes artes expressivas.