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Redação sem título.

Proposta: Tatuagem: modismo ou formação de identidade

Redação enviada em 15/04/2016

As artes apresentam diferentes campos de expressão, dentre eles o domínio das linguagens plásticas, visuais, literárias, cênicas e corporais. A tatuagem enquadra-se nessa última. Contudo, a sociedade, no geral, tem dificuldade em assim identificá-la, logo que para a mesma a pele não pode ser uma estrutura de suporte artístico, bem como são as telas, as paredes, os palcos, as folhas e os blocos a serem esculpidos. No cenário social, “tatuar” não é arte e expressão, mas antes seguir tendência. Nesse contexto, é fundamental compreender como a arte corporal é antiga e rica em historicidade, ou seja, ela não só existe como também é extremamente expressiva. Indígenas mesoamericanos (como Astecas e Maias) e sul-americanos (como os tupi-guarani), além de sociedades africanas antigas (e inclusive atuais), apresentavam rituais de culto envolvendo pinturas corporais para marcar fases e acontecimentos da vida, ou ainda de cunho religioso. Ademais, a maquiagem, muito empregada por egípcios para marcar os olhos, também se enquadra nesse campo, e como tal é carregada de sentido e objetivos próprios. Dessa forma, a possibilidade de perceber a tatuagem como um traço de identidade coletiva e pessoal depende diretamente de compreendê-la como integrante da modalidade de arte corpórea. Não só a “Monalisa” de da Vinci, a “Vênus” de Botticelli, o “ Abaporu” da Tarsila do Amaral ou “A boba” de Anita Malfatti são obras de arte. Um simples traço, ainda que sem sentido aparente, embora talvez carregado de significado, pode e deve ser considerado expressão artística, seja inscrito na pele ou onde for. Com base no exposto, O Ministério da Educação poderia ampliar o número de horas destinados ao ensino de artes nas escolas, pois é muito comum compreender essa disciplina como meramente decorativa, e desta forma desprezar modalidades da mesma, como a tatuagem. Além disso, nessas aulas deveria ser proposto “temas de casa” que incentivassem a discussão familiar a respeito das várias possibilidades e sentidos desse campo. Logo, indivíduos e gerações sensibilizadas nesse aspecto, reduziriam atividades de preconceito contra a pintura corporal e suas expressões.