Vinculada a uma imagem negativa, a tatuagem já foi vista como uma aberração pela sociedade conservadora em meados do século XX. Visto que, tal modificação corporal era ostentada por indivíduos que viviam à margem da sociedade e da lei, como marinheiros, detentos e gângsters. Entretanto, com a ascensão dos veículos de comunicação no final do século XX, essa visão estereotipada e retrógrada foi sendo desbancada, pois tornava-se comum notar a presença de tatuagens em celebridades da época. Contribuindo para a elaboração de novas perspectivas acerca das tatuagens. Utilizada para liberdade artística de expressão, no século XXI, pode-se definir a tatuagem como uma espécie de identidade, que segundo a definição do sociólogo francês Jean-Claude Kauffman está relacionada a um processo ao qual se atribui um sentido na vida. Esse estigma tornou-se um acessório estético na sociedade contemporânea, cujo as representações podem variar em cada indivíduo, seja representando uma conquista, promessa ou até mesmo uma data especial. Além de representar uma imagem estética e emblemática, a tatuagem também tem uma importante atuação no meio cultural da sociedade, pois, junto a globalização, esta propicia a homogeneização de diferentes etnias. Por exemplo, através dessa modificação corporal, é possível verificar elementos da cultura maori, oriental e polinésio difundidas no estilo do brasileiro. O que é importante para a valorização da cultural local , visto que ocorre a associação simbólica da imagem com as tradições de determinado local. Além do que, essa mistura de figuras possibilita a criação de uma nova identidade multicultural. Seguindo a linha de racíocinio de Kauffman sobre identidade, o mesmo afirma que o ser humano assim como sua individualidade estão em constante movimento e sofrendo influências do meio externo de convívio, contribuindo para a formação da historicidade. Tendo em vista esse pensamento, é importante salientar que diferente de um estilo de identidade, a tatuagem é permanente. Então cabe ao cidadão escolher se realmente está apto a modificar seu corpo e conviver com o resultado . Afinal, como diria Pablo Neruda, você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências.