Título da redação:

Do preconceito à mobilização

Tema de redação: Tatuagem: modismo ou formação de identidade

Redação enviada em 15/04/2016

A origem da tatuagem remonta a antiguidade, momento no qual civilizações começavam a se formar a partir do abandono do nomadismo. Na sociedade contemporânea, o número de tatuados teve seu primeiro destaque nos presídios, onde facções buscavam sua identificação através da pintura na pele. Tal fato, porém, resultou no aumento do preconceito com as tatuagens, pois essas passaram a serem vistas como símbolos de prisioneiros. Em contrapartida, observa-se – na sociedade como um todo – o crescimento de pessoas tatuados, situação que está intimamente ligada a repercussão de causas sociais. Em primeiro lugar, nota-se a relação com movimentos que lutam pela igualdade de gêneros. Buscando garantir seus direitos e a liberdade sobre o próprio corpo, as mulheres encontram na tatuagem ferramenta fundamental para ratificar a ideia de que certos atos não devem ser vistos como sinônimo de masculinidade. Prova disso é o crescimento do público feminino dentre os tatuados, chegando a representar mais da metade do mesmo no Brasil. Além disso, analisa-se que o crescimento de mulheres tatuadas incitou segmentos marginalizados da sociedade a buscarem força para seus movimentos na utilização dessa pintura de pele. Tais grupos, sejam negros, imigrantes ou afins, avistam nela uma forma de marcar-se e identificar-se, facilitando, assim, a propagação de seus ideais. Dessa maneira, utilizam o corpo como instrumento de mobilização social. Exemplo disso é o crescimento dos movimentos a favor dos LGBT, grupos cujos defensores são em maioria tatuados – porém, a utilizam para além de causas apenas estéticas. Vale ressaltar, ademais, que esses manifestantes, por serem majoritariamente formados ou em curso no ensino superior, ajudam a acabar com o preconceito em relação aos que se tatuam. Fica claro, portanto, que no decorrer dos anos a tatuagem relacionou-se com vários valores. Hoje, entretanto, comunica-se intensamente com mobilizações sociais. Somado a isso, aquilo que décadas passadas era visto como algo pejorativo, passou a simbolizar o interesse – dos que se utilizam dela – frente aos interesses da sociedade atual. Cabe a mídia. através de propagandas pelas redes sociais, não deixar que a tatuagem perca um de seus valores mais recentes: o de auxiliar grupos marginalizados.