Charme. Luxo. Requinte. Esses foram os sinônimos atribuídos a um hábito que no século XX se expandiu e obteve um grande número de adeptos, o de fumar. Logo, mesmo a partir da década de 90 em que os malefícios dessa prática foram revelados à sociedade, ela persiste no século XXI, não estando o Brasil imune. O meio publicitário, é sem dúvida, o principal responsável pela fama e pela herança na contemporaneidade do tabagismo no país. Visto que era comum nos anúncios o uso de diversos artifícios para atrair novos adeptos, tais como promessas de perda de peso ou capacidade energética do hábito. Dessa maneira, o fato de que dentre as 84 campanhas que compõem o livro Campanhas inesquecíveis: propaganda que fez história no Brasil, quatro se referirem a de marcas de cigarros, demonstram o poder persuasivo desse veículo de massa. Associado a isso, a familiarização do ato de fumar, isto é, a sua banalização, configura-se como outro fator que tornou possível que no Brasil um grande número de pessoas morressem em decorrência de problemas como o câncer pulmonar e as doenças respiratórias. Sendo assim, mesmo que já existam leis que tenham como objetivo fundamental inibir o tabagismo, o desrespeito a elas, principalmente por parte dos fumantes, inviabiliza a obtenção de resultados satisfatórios no combate a essa prática. A indústria publicitária e a familiarização do hábito de fumar são, portanto, fatores que contribuem para a persistência do tabagismo no país. Em decorrência disso, mesmo que o Estado já tenha proibido a realização de campanhas pró-tabagismo, é necessário que se crie um comitê fiscalizador de empresas e de varejos que ofertam esse produto. Além é claro, que por parte dos amigos e da família, o hábito não mais seja banalizado, mas considerado como um problema que exige além do auxílio de fármacos - controle do vício, o de psicólogos, com terapias. Com certeza, assim, um estilo de vida propagado no século passado, de fato permanecerá nesse espaço temporal.