Quando preso durante o regime do estado novo, o autor Graciliano Ramos escreveu ''Memorias do cárcere'', relatando os maus tratos e as péssimas condições de vida na prisão. Décadas se passaram, e embora não haja mais um sistema opressor, o cenário carcerário no Brasil continua o mesmo Celas superlotadas, carência de atividades pedagógicas e a falta de um acompanhamento psicológico são fatores que devem ser reavaliados , levando em consideração seus impactos sociais. O ambiente hostil dos presídios afeta a saúde mental dos detentos, acentuando-se assim, a dificuldade de reintegração social ao fim da pena, o que provavelmente fará com que o individuo retorne à criminalidade. Vale ressaltar também, a negligência às condições de saúde e higiene nos presídios femininos, onde as mulheres não possuem acesso a cuidados ginecológicos nem sequer auxílio médico durante a gravidez, tendo os direitos a saúde negados, além de por em risco as vidas da presidiária e da criança. Em virtude dos aspectos observados, é inegável que mudanças fazem-se necessárias. O governo deve investir na expansão das cadeias para evitar a superlotação, além de proporcionar atividades pedagógicas e educativas em parceria com ONGs e projetos sociais, para que os detentos tenham novas perspectivas de vida além da criminalidade. É imprescindível também, a estadia de equipes médicas nos presídios, e a fiscalização constante dessas equipes, para que os detentos não vivam em uma situação tão desumana.