Durante a idade média as pessoas que foram privadas de liberdade eram colocadas em locais isolados, sujos e com nenhuma ou pouca alimentação. Em suma, não recebiam tratamento digno que fosse capaz de recuperar algum indivíduo. Tal situação, infelizmente, não ficou apenas nos livros de história, pois é possível observar traços da “Idade das Trevas” em nosso atual sistema penitenciário. Fato que precisa ser debatido e combatido. Em primeiro lugar, devemos apontar os componentes socioeconômicos envolvidos. Segundo o INFOPEN (Sistema Integrado de Informação Penitenciária), 73,83% da população carcerária no Brasil é composta por negros, pobres e de baixa escolaridade. Inegavelmente, o abismo social é um dos principais elementos que desencadeia a violência e a criminalidade. Ademais, ao contrário da desigualdade que atinge uma parte da população, a violência ocasionada por ela abrange toda a sociedade. Dessa forma, o problema torna-se amplo e necessita ser combatido nesse espectro. Uma das formas é através da escolarização e qualificação profissional durante o período de reclusão. Afinal, já disse o ativista e político Nelson Mandela: “A educação é a melhor arma para mudar o mundo”. Fica claro, portanto, que há uma imensa e urgente necessidade de mudar o sistema penitenciário brasileiro. O governo por meio do Ministério da Justiça e Cidadania deve implementar postos de trabalho (oficinas de costura, marcenaria, entre outros) dentro dos presídios, possibilitando que o recuperando obtenha uma renda e se auto sustente e oferecendo salas de aulas. Outrossim, o Estado deve desenvolver políticas públicas de combate à desigualdade social por meio de programas de transferência de renda. Portanto, são medidas essenciais para desenvolver uma sociedade melhor e diminuir esse apharteid social.