Especialmente após o massacre do Carandiru,na década de 90, o sistema carcerário brasileiro virou alvo de calorosos debates. Dentre outros fatores, a superlotação,os maus tratos e o baixo potencial ressocializador das prisões fazem com que essa realidade represente uma disfunção á efetivação aos direitos humanos no brasil. É crucial tratar os apenados com o mínimo de dignidade. Não podemos trata-los com a mesma desumanidade responsável por priva-los do direito a liberdade. Já dizia Dostoeivski, "é possível julgar o grau de civilização de uma sociedade visitando suas prisões", por tanto, manter os presos com o mínimo de dignidade é uma conquista como sociedade. Ademais, a constatação de que os presídios brasileiros são trincheiras de de facções que se articulam dentro e fora das prisões faz referência a falência do Estado que propõe-se a afastar esses cidadães da comodidade atribuída a liberdade. Afinal, o principal objetivo dos presídios é a punição,e tal propósito tem total aceitação da sociedade. Contudo pouco mudará enquanto sociedade e estado estiverem desorientados em meio á ideia medieval de que garantir os direitos humanos de presos equivale a privilegiar a bandidagem. É primordial a abertura de novas vagas no sistema carcerário,sendo a única opção para resolver a situação de super lotação, e assim assegurar o mínimo de dignidade a essas pessoas. Além disso, oferecer capacitação técnica aos presos tem papel crucial na ressocialização e diminuição de reincidência dos ex apenados. O Governo Federal precisa entender que o combate a criminalidade não se dará animalizando criminosos,tão pouco terá resultado imediato, porém o único caminho a ser tomado é longo e tortuoso.