O advento da pólvora, pelos chineses no século XI, revolucionou as formas de combate da época e trilhou o caminho para o desenvolvimento das armas. Hoje, a questão da legalização do armamento no Brasil gera controvérsias já que o país apresenta-se como o quinto mais violento do mundo. Entretanto, optar pela legalização da posse de arma não seria outra coisa além da transferência de mais uma obrigação do Estado para o cidadão. Por isso, é importante que se analise essa problemática, encontrando soluções para a crise da segurança no país. Primeiramente, as consequências do aumento do número de armas de fogo em circulação são desconhecidas, podendo surtir efeitos contrários ao esperado. Uma sociedade armada pode estar mais propensa a fazer justiça com as próprias mãos, o que colaboraria para um possível aumento na taxa de homicídios. Tal polêmica relaciona-se intrinsecamente ao conceito de “micropoder” de Foucault, uma vez que a posse de armas significa poder e autonomia para exercer a justiça, baseando-se nos valores de cada cidadão. Assim, gerar-se-ia um dispersor de atos violentos, como lutar contra a violência utilizando-se da mesma. Não suficiente, não é possível traçar com precisão o perfil psicológico de quem está comprando a arma, assim como também, o futuro do objeto. Quando em mãos erradas, as consequências podem ser várias, desde um acidente doméstico até uma chacina, como a de Las Vegas em que um homem, por meio das armas, matou mais de 50 pessoas em um show. Nos Estados Unidos, o porte de armas é legalizado, entretanto isso não resolveu o problema da violência, pelo contrário, possibilitou que o país aparecesse no mapa mundial da violência com o maior número de massacres coletivos a exemplo do citado anteriormente. Fica evidente, portanto, que a legalização não é a solução e é mais um remendo da sociedade brasileira. Assim, é dever do Estado, previsto pela constituição, garantir a segurança social. Para tal, ele deve assumir a responsabilidade desse problema, melhorando a estrutura dos órgãos de segurança e destinando mais verbas para o serviço de inteligência com o intuito de encontrar os principais núcleos criminais do país. Também, o Ministério da Justiça deve aprimorar o sistema prisional, por meio de investimentos em infraestruturas e políticas adequadas, com o objetivo de reinserir de forma eficiente e regular o indivíduo na sociedade. Por último, o Governo Federal em conjunto com as escolas deve realizar projetos que direcionem os jovens ao mundo do trabalho e não para o mundo do crime. Desse modo, a população brasileira se sentira segura sem a necessidade do porte de armas.