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Redação sem título.

Proposta: Sociedade e armamento: solução para a violência?

Redação enviada em 04/09/2017

Assalto. Tiro. Homicídio. Vivemos numa sociedade em que a violência, infelizmente, é algo que acontece cotidianamente. Nesse contexto, há quem defenda o uso de armas por civis, alegando que sua necessidade se deve em razão das falhas da segurança pública e no direito à legítima defesa. No entanto, tendo em vista aspectos inatos ao homem e ao fortalecimento da criminalidade, é válido questionar se o armamento da sociedade é, de fato, a solução para o fim da violência. Segundo Thomas Hobbes, importante pensador do século XVII, os indivíduos são, por natureza, maus e violentos. O fato de o homem ser lobo do próprio homem, amplia as chances da ocorrência de um crime, especialmente, em conflitos de causa fútil ou por impulso, como em brigas domésticas e desentendimentos no trânsito, nos quais o porte de uma arma tem a grande possibilidade de acabar em um final trágico. Em São Paulo, por exemplo, uma pesquisa conduzida por Guaraci Mingardi, ex-secretário de Segurança Pública de Guarulhos, mostrou que cerca de 48% dos homicídios decorrem de motivos frívolos. Outro ponto a ser considerado é a eficácia que o porte de arma realmente tem durante um assalto. Tal ideia, que é a justificativa usada por quem defende o armamento, pode promover o aumento do latrocínio – roubo seguido de morte – amplificando o risco do portador do instrumento ser assassinado, devido a imprevisibilidade das reações nessa circunstância. De acordo com o Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, um indivíduo que possui arma de fogo possui uma probabilidade de 56% maior de ser vítima fatal numa situação de roubo que o resto da população. Fica claro, portanto, que o porte de armas pela população não resolve de forma privada, um problema que é coletivo, além de ser um potencial gerador de uma convivência muito mais violenta. Assim, o Estado deve criar uma política de fiscalização maior, bem como ações mais articuladas entre as polícias federal, civil e forças armadas a fim de controlar a circulação dos objetos, fortalecendo o Estatuto do Desarmamento. O governo também pode se utilizar das mídias, que são grandes influenciadoras, abordando o tema por meio de campanhas publicitárias e/ou teledramaturgia. Dessa forma, contribuiríamos para não agravar ainda mais o caos produzido pela violência.