"O homem é o lobo do homem".Esta frase de Thomas Hobbes ilustra o quanto o ser humano está propício à violência e ao caos social.Diante dessa premissa,o Estatuto do Desarmamento tem sido uma interferência que reduz esse estado natural,aumentando a segurança social.No entanto,há questionamentos contrários a essa medida,devido à vulnerabilidade e ao direito individual de defesa.Afinal,armar a população é uma maneira de proteger ou legitimar a violência? O primeiro olhar sobre o tema é o aumento da criminalidade e impunidade no Brasil.Diariamente,tem-se notícias trágicas,envolvendo homicídios e abusos sexuais.Essa banalização da violência traz insegurança e medo,causando a sensação de desproteção ao indivíduo.Além disso,os abusos das autoridades policiais e a ausência de rigor nas leis acentuam a impunidade,o que gera revoltas e manifestações favoráveis ao armamento civil. Já,em um segundo momento,tem-se o agravamento da criminalidade como consequência desse anseio popular.Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA),a criação do Estatuto do Desarmamento provocou queda de 12,6% na taxa de homicídios do país.Essa estatística comprova que a dificuldade do porte de armas limita a violência no Brasil.Ademais,o número de mortes acidentais,provocadas pela ira e natureza passional poderiam crescer em função da facilidade do armamento. Desse modo,a legalização de armas,sem dúvidas,daria ao homem a possibilidade de se impor através da força,proporcionando poderes muito além da legítima defesa.Sendo assim,a permissão do porte de armas tornaria a sociedade um verdadeiro caos. Tais fatos podem ser analisados à luz de Hobbes,em sua obra "Leviatã".Nela,o autor elucidou sobre o estado naturalmente selvagem humano,afirmando ser o homem um ser violento,mediante as adversidades.Devido a isso,há a necessidade de um "Contrato social" proposto por Hobbes,em que o Estado assume a responsabilidade de se sobrepor aos indivíduos a fim de obter a harmonia e a paz no convívio social. Nessa diretriz,é papel do Estado praticar o "Princípio da Responsabilidade" (exercer a ética e a responsabilidade social),de Hans Jonas,dando continuidade ao Estatuto do Desarmamento.Ademais,deve-se ao legislativo a elaboração de leis mais severas,bem como ao poder judiciário o cumprimento da justiça.A escola tem papel fundamental para essa temática,devendo contribuir para a formação de cidadãos éticos e conscientes.Além disso,a mídia também tem o dever de informar as possíveis consequências do porte legalizado de armas.E,por fim,caberá ao indivíduo se manifestar em prol da segurança e do combate à violência,por meio do engajamento político e social.