A questão do armamento gera polêmica na sociedade quando confrontada com a violência. Nesse âmbito, existem dois lados: os que apoiam e os que são contra. No entanto, deve-se considerar que a arma, em si, não é um problema, mas, sim, quem a usa e como a usa. Dessa maneira, os casos de violência vinculados ao porte de armas estão relacionados com a falta de fiscalização e de legislação do Estado e com o despreparo da população. Primeiramente, é preciso que existam leis claras e eficientes para a temática do armamento, tanto para legalizar quanto para proibir. Entretanto, para que as duas vertentes funcionem, é necessário que haja um rigoroso monitoramento pelo governo. Tal controle, quando não ocorre, abre espaço para a atuação de mercados clandestinos, o que favorece o tráfico de armas. Isso gera como consequência - no Brasil – o fortalecimento de poderes paralelos e de facções que dominam as cidades com seu poder de fogo e causam selvageria e terror. Por outro lado, a inaptidão das pessoas quanto ao uso de armas é mais um fator a ser considerado, visto que o homem, sendo lobo de si mesmo – segundo Thomas Hobbes - , tende a não ter reações equilibradas em momentos de estresse e de pressão. Assim, é possível ver casos de acidentes com crianças por manusearem uma arma guardada em local impróprio, casos de morte por vingança e por tentativa de furto. Por tais motivos, a Noruega, antes de liberar a licença de porte para um cidadão, checa a intenção da pessoa, seu histórico criminal, além de oferecer um curso de qualificação. Dessa forma, mesmo o país liberando o uso de armas, as taxas de homicídios por arma de fogo são baixas se comparadas a outros países que proíbem a utilização, de acordo com dados da Universidade de Cambridge. É necessário, portanto, que haja mudança para que o armamento não seja um causador do crescimento da violência. Para que isso ocorra, seria preciso que o Ministério da Justiça e da Defesa, independente da legalização ou não, intensifique o combate ao tráfico de armas por meio de fiscalizações e do cadastramento das armas a fim de se obter um maior controle. Ademais, preparar e saber o histórico daqueles que são autorizados, por lei, a obterem o porte de armas é fundamental, o que poderia acontecer com cursos e acompanhamentos psicológicos. Do mesmo modo, as ONG's são importantes para ratificar, por meio de propagandas que usem a mídia - como a televisão e a internet -, os perigos da utilização negligente das armas e as mortes que podem causar. Dessa maneira, a conscientização da sociedade levaria à atenuação da violência.