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Redação sem título.

Proposta: Sociedade e armamento: solução para a violência?

Redação enviada em 16/03/2017

De acordo com o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade deve funcionar como um organismo vivo, no qual as partes que interagem entre si devem estar em perfeita harmonia. Nesse contexto, é possível observar que, no caso brasileiro, esse corpo biológico entrou em colapso tendo em vista o grande espaço ocupado pela violência. Na busca por uma solução, muitas pessoas defendem o armamento da população. No entanto, será que o maior acesso às armas significa a diminuição dos índices criminais? É preciso considerar, em primeiro lugar, que uma parcela considerável de pistolas e revólveres envolvidos em crimes não vieram ilegalmente pelas fronteiras, como muitas pessoas acreditam. Uma pesquisa recente do Ministério Público de São Paulo com o Instituto Sou da Paz mostrou que 38% das armas apreendidas com criminosos possuem procedência nacional e acabaram sendo, de alguma forma, desviadas para a ilegalidade. Assim, fica evidente que o fim do desarmamento poderia significar aumento dos estoques de contraventores. Ademais, é necessário observar que é ilusória a ideia de que portar armas seja um eficiente meio de autoproteção. Isso porque a probabilidade do aumento de índices de suicídios, acidentes domésticos e troca de tiros cresce consideravelmente. Além disso, dados da Organização das Nações Unidas comprovam que o Brasil é um dos países em que mais ocorrem mortes por motivos banais, tais como brigas de trânsito e embriaguez. Dessa forma, é notório que enquanto essa cultura da violência não for dizimada, a posse de armas não trará benefícios. Fica claro, portanto, que o armamento da população não se configura como uma solução viável para o problema da violência. Garantir a segurança pública é um dever do Estado e esse deve tomar medidas imprescindíveis como a criação de um sistema eficiente de mapeamento, registro e controle das armas, a fim de impedir futuros desvios. Além disso, família e escola podem contribuir para a criação de uma cultura da paz mediante um controle mais rígido sobre os conteúdos acessados por filhos e alunos, o que evita que os jovens sejam expostos muito cedo à violência, presente em jogos de tiros, por exemplo. Assim, a teoria de Durkheim ganharia novo molde e o organismo vivo brasileiro teria sua saúde restaurada.