"Cidadão de bem" armado. Segurança. Direito. Esses são fatos intimamente associados ao mito de que uma sociedade com livre acesso a arma de fogo é, uma sociedade livre da violência. Entretanto, sabe-se que um instrumento preferencial para dirimir conflitos e em piores circunstâncias, para ceifar vidas, não é a alternativa adequada para se solucionar e desconstruir a "onda" de homicídios no Brasil. Em um país cujo o hino e a Estátua da Liberdade simbolizam um princípio básico, a liberdade civil; o acesso irrestrito a armas é considerado como um direito. Em virtude disso, assim como nos Estados Unidos há uma cultura do armamento amparada na necessidade de proteção, no Brasil, ela se fundamenta no argumento de que ter armas de fogo em casa iniba a ação criminosa. No entanto, o que se tem é a elevação de acidentes envolvendo principalmente crianças e adolescentes, além do aumento de um fato social durkheimiano, o suicídio. Nesse contexto, em virtude da corrida armamentista nacional perpetrada nos anos de 80 e 90, houve o aumento no número de pessoas que possuem armas sejam elas legais ou ilegais e, consequentemente, o crescimento da violência no país. Prova disso, reside no processo de inversão dos papéis sociais, visto que, o "fazer justiça com as próprias mãos", mesmo que indevidamente e de forma injusta, é uma realidade em inúmeras cidades do país. O livre acesso a armas de fogo à sociedade não é, portanto, a solução para conter a violência nacional. Sendo assim, é preciso que o sistema judicial crie órgãos especializados na fiscalização periódica de fornecedores de armamento, além do rastreamento daqueles que conseguiram de forma legal ter acesso a um desses aparatos. É preciso também, que o Estado, coordene ações a fim de ampliar o número de agências de atendimento às denúncias relacionadas a práticas criminosas e o aumento corporativo policial, com o objetivo de elevar os pontos de acesso aos responsáveis pela segurança pública. Sem dúvida, será possível que como proposto por Mandela, a educação seja a "arma" para se promover mudanças, e não uma de fato.