É indiscutível que a violência causada por armas de fogo no Brasil é um problema preocupante, principalmente nos grandes centros urbanos. Diante desse fato, surgi novos questionamentos a respeito da liberação do porte de arma para o cidadão. Dentre vários fatores relevantes, destacam-se: os acidentes causados por essas armas e, como elemento marcante, o número de homicídios. Sabe-se que, infelizmente, os acidentes causados por armas de fogo são fatos recorrentes. muitos desses acidentes ocorrem no interior da própria residência de uma família que vê seu rumo mudar completamente pela ausência de um ente querido, como um pai que perde seu filho por um disparo acidental ocasionado pela própria criança que não deveria ter acesso àquele equipamento letal. Além disso, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), houve uma redução em 12,6% do número de homicídios ocorridos no país após dez anos de vigência do Estatuto do Desarmamento criado em 2003, e que para cada ponto percentual de aumento da quantidade de armas, há um acréscimo de dois pontos percentuais em homicídios. Esses dados estatísticos comprovam que medidas como essas podem colaborar e que com a conscientização do cidadão e sua colaboração, pode-se alcançar índices ainda mais favoráveis. Dessa forma, conclui-se facilmente que o desarmamento da população contribui para a diminuição da mortalidade e da violência. No entanto, não basta somente uma lei. É preciso que haja políticas públicas de segurança eficazes com investimentos em recursos materiais e humanos para as polícias, e uma justiça mais ágil e eficiente, pois o combate a violência é atribuição do Estado e, se desarmado o cidadão corre perigo, armado o perigo é ainda maior.