Durante o contexto da Guerra Fria, os países envolvidos na guerra, procuravam armar-se com o intuito de proteger-se do outro. No entanto, empregar o armamento, em meio a sociedade civil, a fim de sanar a violência seria uma tentativa falsa, haja visto que os indivíduos desprovidos de um senso crítico de convivência harmônica somados ao sentimento corajoso e confortável, através do porte das armas, poderá aflorar mais caos, consequentemente, proteger –se diante da violência é uma medida eufêmica, não uma solução. Há quem diga que andar armado provoca, no indivíduo, um sentimento de segurança e, sobretudo, sustenta um poderio no agir das pessoas. A título de exemplo, o Brasil entristeceu diante a chacina ocorrida em Campinas (SP), durante uma festa de réveillon, na qual o atirador deixou 12 mortos, incluindo o filho de 8 anos. Ou seja, o porte de armas pelos cidadãos beneficiaria, ainda mais, a violência, uma vez que a autoridade em se proteger, pode ser utilizada de má forma e, em caso de pequenas discussões, até mesmo, brigas entre torcidas organizadas causaria, em última análise, chacinas entre torcedores. Cabe ainda lembrar que, as escolas brasileiras, não cumprem o seu papel de formar cidadãos éticos para um convívio harmônico, tornando indivíduos mais vulneráveis a violência e isentos de senso crítico. Ao aludir a afirmação do filósofo Thomas Hobbes, “o homem é o lobo do homem”, transfigura o ser humano como ser selvagem capaz de grandes atrocidades e barbaridades contra elementos da sua própria espécie necessitando, então, de um poder coercitivo por parte do Estado. Ou seja, armar a população sem o ímpeto da mudança, no caráter dos cidadãos, torna-se um problema ainda maior e, também, apenas será “um pano para cobrir as chagas da sociedade”. É evidente, portanto, que a genuína forma de combate à violência é através da formação ética dos indivíduos, com o auxílio da educação, a fim de transformar cidadãos éticos evitando a violência na sociedade. Isso se daria através da atuação, por parte do governo, em inserir aulas de filosofia, nas grades escolares, a fim de desenvolver o senso crítico e de discernimento, nos indivíduos para que, não estejam vulneráveis a criminalidade, sendo assim, o respeito mútuo na sociedade será comum. Assim como ocorre na Suécia, país desenvolvido, com elevado índice de escolaridade, consequentemente, apresenta os menores índices de violência. Afinal, um livro sobre as mãos, vale mais que armas, sobretudo, o conhecimento enriquece o ser.